Argentina: em Santa Fé, há mais de 800 fazendas leiteiras inundadas

As tempestades constantes que atingiram a província de Santa Fé, na Argentina, desde o Natal, voltaram a afetar a produção de leite.
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As tempestades constantes que atingiram a província de Santa Fé, na Argentina, desde o Natal, voltaram a afetar a produção de leite. O governo de Santa Fé estima que existam 869 fazendas leiteiras afetadas, que não poderão funcionar por um mês. Isso representa 25% dos 3.500 estabelecimentos de uma província chave para a produção leiteira do país (representando mais de 30% de todo o leite produzido na Argentina).
O relatório calcula que não foram ordenhados 1,5 milhão de litros de leite por dia nos estabelecimentos que estão inundados ou isolados pela situação crítica das estradas rurais. Em um mês, são 45 milhões de litros de leite, um dado que representa 256 milhões de pesos (US$ 16,10 milhões). «A situação é desoladora. Estes produtores de leite receberam dois golpes em menos de um ano», disse Luis Contigiani, ministro da Produção de Santa Fé, lembrando que muitos destes estabelecimentos ainda estavam tentando se recuperar das sequelas deixadas pelas inundações do outono.
Carlos Callaci, especialista do INTA Rafaela, analisou a situação em três departamentos de Santa Fé (Castellanos, San Martin e Las Colonias) e falou sobre quais medidas podem ser tomadas, quando a água baixar, para tentar recuperar o mais rapidamente possível as condições de produção das fazendas leiteiras.
«A situação é muito grave. Há produtores que fecharam diretamente a fazenda leiteira, transitoriamente, e outras fecharam definitivamente, porque têm instalações de ordenha inundadas e não há lugar no campo para colocar os animais. Há áreas como Ramona onde 400 milímetros se acumularam em poucos dias», disse Callaci. Os produtores que têm algum setor alto na fazenda concentraram os animais nessa área, mas com muitas dificuldades em sustentar a oferta de forragem. «No outono das inundações, foi muito complicado, mas, pelo menos, os produtores tinham reservas silo. Agora, as chuvas vieram antes da colheita de milho e outra vez arruinaram todas as alfafas, que serão perdidas», disse ele.
Se parar de chover, poderá ser colhido o milho. Eles estarão um pouco «passados» e isso impacta na qualidade, mas poderão ser usados. «Se o clima permitir, também poderão ser cultivados milho e sorgo para pastoreio direto com sementes baratas como uma alternativa à forragem relativamente rápido», disse Callaci.
A situação das alfafas é muito delicada. É que elas também sofrerão com as altas temperaturas. «Neste contexto, a recomendação é não replantar alfafa pelo menos até março e de, ao serem implantadas, isso ser feito de forma consociada com trevos ou cevadinhas, no caso de ter problemas novamente», disse o especialista. Ele também não aconselhou tentar pastagens rápidas de inverno como a aveia, porque é provável que não resistam ao calor intenso de fevereiro.
Do ponto de vista sanitário, uma das metas é a de manter as vacas fora da água o máximo possível e se puder continuar ordenhando-as para não as secar à força, pois isso aumenta o risco de doenças. Também é crucial intensificar os monitoramentos sanitários nas vacas porque com a umidade e a lama, aumenta a probabilidade de os animais desenvolverem infecções. «Se os corredores de acesso à fazenda são grandes, podem ser divididos em dois e circular as vacas por um deles, mantendo seco o outro para ter uma alternativa quando começar a arruinar o primeiro trecho do caminho”.
Os produtores vêm enfrentando inundações há quatro anos. Além destas medidas paliativas, a verdadeira solução é um plano sério de gestão da água para organizar o fluxo de água da chuva excedente para as bacias e para organizar um plano de obras que precisa de toda a área da bacia leiteira central, que inclui também o centro e o sul de Córdoba.
Em 16/01/17 – 1 Peso Argentino = US$ 0,06291
15,7455 Peso Argentino = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)
fonte: Clarín, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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