Lácteos/Uruguai – O elevado nível produtivo das fazendas e a boa colocação dos lácteos não foram suficientes para os produtores ficarem equilibrados.
O setor lácteo resiste, com uma boa produção de leite impulsionada por uma primavera excepcional e um bom desempenho exportador, mas, com preços deprimidos e dificuldades financeiras que persistem, tanto ao nível produtivo como industrial.
Outubro foi o mês dos recordes. A captação da Conaprole foi a mais alta na história para esse mês, com 152,8 milhões de litros, 12 milhões a mais (8,7%) em relação a igual mês de 2017, informou o vice-presidente da cooperativa, Alejandro Pérez Viazzi.
Considerando que a cooperativa recebe 75% do leite produzido, a produção total em outubro girou perto de 205 milhões de litros, 10 milhões a mais que no ano passado, mas, também, 10 milhões a menos do que os 215 milhões captados em outubro de 2013, mês que ostenta o recorde de produção de leite até o momento.
Até setembro, o volume enviado a todas as indústrias do país era 6% superior em relação a um ano atrás (1.412 milhões de litros contra 1.328 milhões), embora o faturamento em dólares permanecesse menor pelo quinto mês consecutivo, segundo dados do Instituto Nacional do Leite (Inale).
Em setembro o faturamento bruto foi de US$ 56,8 milhões, US$ 5 milhões a menos do que os US$ 61,8 milhões obtido no mesmo mês do ano passado.
Este faturamento menor reflete a queda dos preços em dólares que o produtor recebeu, e que se encontra no menor nível desde julho de 2016. Em setembro o preço médio de US$ 0,30 por litro, com uma queda percentual de sólidos (3,74% de matéria gorda e 3,39% de proteína), seis centavos de dólar a menos (17%) que os US$ 0,36 por litro de setembro de 2017. E é um preço muito similar ao custo de produção de muitas fazendas.
Captação Mensal de Leite no Uruguai até outubro de 2018