Com a ajuda de técnicos de um programa, eles conseguem aumentar o rebanho e têm ótimos resultados na pecuária leiteira.
Pequenos produtores de Rondônia estão investindo na qualidade do leite e no aumento do rebanho e os resultados têm sido excelentes.
Ver o pasto verdinho é de encher os olhos, ainda mais em período de seca em Rondônia. A área de sete hectares conta com sistema de irrigação, realidade que era bem diferente três anos atrás. As coisas começaram a melhorar quando o produtor rural Juan Travain de Souza abriu o sítio para o projeto Balde Cheio, da Embrapa.
As propriedades rurais funcionam como uma escola. Pesquisadores dão treinamento para as famílias e para técnicos, que depois dão assistência aos agricultores. A ideia é aplicar tecnologias que melhorem a produção de leite.
Na propriedade de Juan, os resultados já apareceram: “Nós começamos o trabalho aqui em 2015 e quando eu cheguei nessa propriedade ela estava com 280 litros de leite e nós estávamos com 58 vacas em lactação. Hoje, ela está com 1,2 mil litros de leite com 66 vacas em lactação. Acho que deu um ganho significativo e nós não aumentamos nem um palmo de terra aqui», explica o veterinário Marcelo de Castro.
O projeto também ajuda o produtor na gestão dos negócios. Ele aprende a fazer planilhas de custo, se adequar a normas ambientais e, principalmente, cuidar bem dos animais.
O que tem feito a diferença na propriedade é um espaço que pode abrigar até 60 vacas. É como se fosse uma espécie de confinamento, mas os animais podem sair, ir ao pasto, se alimentar, voltam, descansam. Isso aumentou a produtividade e a qualidade do leite.
Graças ao projeto, Juan conseguiu investir em uma agroindústria de iogurte natural. Tudo aprovado pelos órgãos de vigilância sanitária. «Nós tínhamos dois funcionários, hoje nós temos 25 famílias que depende exclusivamente desses 7.2 hectares”, afirma Juan.
Em todo o Brasil, o projeto Balde Cheio começou há 20 anos. Só em 2017, foram atendidas mais de 1,4 mil famílias de produtores no país. Em Rondônia, hoje 34 propriedades rurais estão recebendo assistência. «Uma das coisas mais interessantes é a questão do clima, esse clima maravilhoso, tropical de forte insolação, chuvas, onde a gente consegue produzir muito capim, muita forragem em uma área pequena e isso viabiliza a produtividade leiteira. Ela passa a ser competitiva com as outras atividades do uso da terra, se for bem feito”, explica André Luiz Monteiro Novo, analista da Embrapa.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2018/08/19/produtores-de-rondonia-investem-na-qualidade-do-leite.ghtml