Os preços do leite pago ao produtor em dezembro apresentaram um ligeiro recuo de 0,03% ante ao mês anterior. No entanto, apesar de ficarem praticamente estáveis, a cotação de R$ 0,9673/litro na média do país confirma a tendência de baixa nas cotações em 2015.
No ano passado, o preço médio líquido calculado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), encerrou em R$ 0,9529 por litro, sendo o menor patamar dos últimos cinco anos. De acordo com o analista do Centro, Wagner Yanaguizawa, produtores enfrentaram aumentos constantes de custos de produção e preços bem abaixo dos anos anteriores.
Em dezembro, a chuva acima da média para a região sul reduziu a oferta e colaborou para que os preços não apresentarem uma queda mais bruta. O Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L), aumentou cerca de 0,41%, um volume abaixo do que é esperado para o período do ano.
«Ao longo do ano também houve relato de produtores que saíram da atividade por conta da crise, por isso as indústrias buscaram não repassar algumas baixas e esse fator também segurou a queda no mês passado», explica Yanaguizawa.
Enquanto que para alguns setores do agronegócio como soja, milho, algodão, entre outros, a valorização cambial foi positiva para a composição dos preços e a competição no mercado internacional, para a pecuária leiteira a taxa cambial só causou aumento nos custos de produção. «Como somos um país típico na importação do leite, essa valorização do dólar só trouxe impactos negativos», destaca o analista.
Com isso, os produtores encerraram 2015 com as margens bastante ajustadas, e em alguns casos até negativa. Para 2016, em janeiro pouco mais de 60% dos pecuaristas acreditam em estabilidade nos preços, outros 34% dos agentes, ainda acreditam em queda e apenas 3,4%, acreditam em alta.
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