Durante a programação os pecuaristas receberão noções de trabalho cooperado, que pautarão a criação da cooperativa produtora de leite do município. “Com isso, eles terão maior autonomia sobre a compra e venda do leite, poderão acessar políticas públicas, como crédito rural, e ainda fortalecer e expandir a cadeia produtiva”, garante o chefe local da Emater em Cumaru do Norte, Leandro Santos.
No município, a Emater executa o Programa Mais Leite, em parceria com outros órgãos e o laticínio local, para absorver a produção melhorada. Pelo desempenho dos produtores – que devem atender dez itens, entre os quais a adequação do leite, ordenha mecânica, construção de barracão e a instalação de pastejo rotacionado -, cada item atendido é acrescido um centavo no valor do litro leite.
Produtores que participam do Mais Leite podem conseguir bonificação de até R$ 0,10 a mais no preço do litro do leite, seguindo padrões de qualidade. “Atualmente, o município produz algo em torno de 35 mil litros por dia, comercializados a até R$ 0,75 o litro, para quem participa do programa – dez centavos a mais que os produtores que não integram”, explica Leandro.
Para fortalecer a atividade no município, a Emater promove capacitações e palestras para difundir técnicas e tecnologias para incentivar a produção leiteira e ainda incentiva o associativismo e o cooperativismo. Além disso, já foram implantados nove pastejos rotacionados, áreas que são divididas em piquetes submetidos a períodos alternados de pastejo e descanso, tendo como grande vantagem o maior controle sobre o pasto. Com isso, a produção de leite por animal subiu de dois para seis litros e ainda tem a vantagem de conservação da natureza, uma vez que a tecnologia agride menos o meio ambiente.
Os produtores assistidos pela Emater também estão sendo beneficiados com outra tecnologia que contribui para a melhoria da alimentação do animal, a capineira. Como nos meses de maio a junho não tem chuva na região, a capineira, que em geral é de cana, serve como suplementação alimentar para não deixar o animal perder peso e qualidade do leite. A expectativa do órgão estadual é que com a adoção dessas tecnologias e com o melhoramento genético a produtividade do leite tenha um aumento entre 20% a 30%.
Além dos produtores, a maioria participante do programa Mais Leite, também participarão autoridades ligadas ao setor, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), laticínio Nobre, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e prefeitura municipal.
Paula Portilho
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará