Longas filas e prateleiras vazias refletem escassez de alimentos na Venezuela

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Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo, paí­s passa por alta de preços dos produtos alimentí­cios e falta de itens básicos como carne e leite

Por volta das 6h30, uma hora e meia um antes da abertura das portas, cerca 20 pessoas já esperavam na fila. Não, elas não queriam comprar o novo iPhone. Todas estavam ali em busca de mantimentos.

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A Venezuela é um dos maiores produtores de petróleo do mundo em um momento em que os preços do produto estão em alta, mas a escassez de produtos básicos como carne, leite e papel higiíªnico são comuns na vida cotidiana local, muitas vezes transformando compras de supermercado em uma jogada de sorte.
Consumidores esperam em fila í s 6h30 para receber comida subsidiada em Santa Rosália, em Caracas. Foto: NYT
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Perguntado onde um cliente poderia encontrar leite quando o produto estivesse em falta na loja, um gerente disse com sarcasmo: «Na casa de Chávez.»

No centro do debate está o governo socialista do presidente Hugo Chávez, que impí´s controles de preços rigorosos que pretendiam tornar os alimentos e outros bens mais acessí­veis para os pobres.

Chávez e seus ministros culpam o capitalismo desenfreado pelos males econí´micos do paí­s, dizendo que as empresas causam a escassez de produtos para elevar os preços.

«Nós não estamos pedindo que eles percam dinheiro, apenas que ganhem dinheiro de forma racional, que não roubem o povo», disse Chávez recentemente.

Muitos economistas dizem se tratar de um caso clássico de um governo causando um problema em vez resolvíª-lo.

Os preços devem ser mantidos a um valor tão baixo que companhias e produtores não conseguem obter lucro. Assim, agricultores produzem menos alimentos, indústrias diminuem sua produção e varejistas cortam seu inventário.

Além disso, algumas das caríªncias acontecem em setores, como o de leite e o de café, em que o governo confiscou as empresas privadas e agora está coordena a produção, dizendo fazíª-lo em nome do interesse nacional.

Ní­vel

Em janeiro, segundo um í­ndice compilado pelo Banco Central da Venezuela, a dificuldade de encontrar bens básicos nas prateleiras dos supermercados atingiu seu pior ní­vel desde 2008. Embora este í­ndice tenha diminuí­do consideravelmente, ainda é muito difí­cil encontrar diversos produtos.

Datanálisis, uma empresa de pesquisa que acompanha a escassez de produtos básicos, informou que leite em pó, um produto de primeira necessidade, não pode ser encontrado em 42% dos supermercados pesquisados no iní­cio de março.

Entre outros produtos em falta no míªs passado, segundo a Datanálisis, estavam carne, frango, óleo vegetal e açúcar. A empresa de pesquisas diz que o problema também é maior em supermercados subsidiados pelo governo e criados para fornecer alimentos a preços acessí­veis para os pobres.

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O controle de preços, no entanto, foi defendido em anúncios do governo, acompanhados de ameaças de Chávez de nacionalizar qualquer empresa que não consiga manter os produtos no mercado.

Esperando na fila para comprar frango e outros alimentos básicos, Jenny Montero, 30 anos, lembrou de como não conseguiu encontrar óleo de cozinha no outono passado e teve de deixar de comer as frituras que costuma cozinhar e optar por guisados e sopas.

«Foi bom para mim», disse ela secamente. «Eu perdi vários quilos.»

*Por William Neuman
http://ultimosegundo.ig.com.br

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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