O mercado do leite artificial para bebés até aos seis meses registou este ano uma quebra de 10 por cento em relação a 2011, decréscimo que a Ordem dos Nutricionistas teme que esteja relacionado com a crise.Segundo dados da empresa Nielsen de análise de mercado a que a Lusa teve acesso, de Janeiro a Outubro de 2012, o mercado de fórmulas de leite para lactentes teve uma redução de 10,7% em relação ao perí­odo homólogo do ano anterior.

Em relação a todo o mercado dos leites artificiais para bebés e crianças até aos tríªs anos, a quebra verificada nos primeiros 10 meses deste ano é de 6,6 por cento.

Num comentário a estes dados, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, considerou que “há uma forte probabilidade de esta redução estar ligada” í s dificuldades financeiras das famí­lias ou í  quebra da natalidade.

“Somos levados a pensar que poderá dever-se í  crise, até porque vários estudos demonstram que o factor económico é um dos mais determinantes na compra e escolha dos alimentos”, afirmou í  Lusa.

Na semana passada, responsáveis dos serviços sociais da Maternidade Alfredo da Costa (MAC), em Lisboa, revelaram í  Lusa que há mães sem dinheiro para comprar leite em pó que estão a alimentar bebés de poucos meses com leite de vaca ou juntando mais água í s fórmulas artificiais.

“Se a redução do mercado do leite artificial se dever í  falta de dinheiro das famí­lias, a situação é muito preocupante”, declarou a bastonária dos Nutricionistas, lembrando os prejuí­zos para a saúde dos bebés de poucos meses o consumo de leite de vaca.

Alexandra Bento recorda ainda que, em perí­odos de crise, há muitas situações de risco que podem ocorrer e que os serviços de saúde ligados í  pediatria devem estar alerta.

Fátima Xarepe, assistente social da Maternidade Alfredo da Costa, disse í  Lusa que todos os dias são recebidos pedidos de ajuda de mães que solicitam leite em pó, vitaminas ou vacinas extra Plano de Vacinação.

Sol

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