Falta leite no programa Fome Zero

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Duzentos e doze mil litros de leite do Programa Fome Zero – Leite pela Vida. Esta é a quantidade de leite que deixou de ser entregue em 45 pontos de distribuição em Montes Claros, no perí­odo de 23 de março a 02 de maio de 2012, para 6.394 famí­lias cadastradas no programa. A denúncia é do morador do bairro Conferíªncia Cristo Rei, Mário Ribeiro, de 66 anos, que é presidente do Conselho Gestor de Saúde Local. O bairro Conferíªncia Cristo Rei  é um ponto de distribuição que possui 410 famí­lias e cerca de 10% é beneficiada pelo programa Fome Zero.

No míªs passado, o morador fez a primeira denúncia sobre a falta de leite, e segundo ele, como o problema persiste ele protocolou a reclamação no Ministério Público Estadual e Federal e também na Cí¢mara Municipal de Montes Claros, para que seja realizada audiíªncia pública para resolver a situação que prejudica famí­lias carentes.

-Vamos pedir ao presidente da Cí¢mara que faça promover, na casa do povo, audiíªncia pública sobre os fatos relacionados ao Programa Fome Zero – Leite pela Vida do Governo Federal, disse o presidente do conselho.

O leite reclamado por Mário Ribeiro é fruto de parceria do Governo Federal com o Governo de Minas, que  em Montes Claros é de responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento do Norte de Minas – Idene. O mesmo órgão é responsável pela  contratação de leite com o pequeno produtor e do empacotamento e distribuição dos laticí­nios. Em Montes Claros, quarto empresas de laticí­cios tíªm convíªnio com o programa, entre eles a Assproleite (Associação dos produtores de leite de Montes Claros.

De acordo com Ribeiro, a Assproleite atende 6.394 famí­lias cadastradas e habilitadas a receber o leite.

Pelo contrato, o laticí­nio deve distribuir 30 litros por míªs, sendo sete por semana – dois litros na segunda-feira, dois litros na quarta-feira e tríªs litros na sexta-feira. No entanto, segundo Mário Ribeiro, a distribuição está acontecendo apenas uma vez na semana, com a entrega de dois litros.

Ribeiro alega que já procurou o Idene e a Assproleite, mas nenhum dos dois órgãos se prontificou a resolver o problema.

-Fui ao Idene e responderam-me que esse problema poderia ser entresafra ou mesmo manutenção de máquinas do laticí­nio Assproleite. Fui ao laticí­nio e fui informado de que nunca houve falta de leite e também não seria manutenção das máquinas, pois neste momento teria leite de sobra, explicou.

O morador pede solução e alerta que o problema está afetando pessoas carentes, que passaram por uma rigorosa seleção e que estão no í­ndice de miserabilidade, vivendo abaixo do ní­vel da pobreza.

-A não distribuição vem causando danos í  saúde de crianças, nutrizes, gestantes e idosos, pois esse leite, em muitos casos é a única alimentação dos mesmos. A fome e a doença não podem esperar por decisão polí­tica, que não se preocupa com os menos favorecidos, desabafa.

A sugestão apresentada para solucionar o problema seria fazer a reposição por leite em pó, medida que foi adotada em 2010 quando houve problema de falta de leite.

-Na ocasião, houve interferíªncia dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, juntamente com o ministro Patrus Ananias. Não estamos procurando culpados e sim queremos solução urgente para o problema. Precisamos saber porque a distribuição não está sendo feita.

A falta de leite tem tríªs complicadores: seca, preço do litro do leite defasado e concorríªncia por parte de outros laticí­nicos. Esta é a justificativa do coordenador técnico do Idene, Edson de Couto, para a redução na entrega de leite í s famí­lias carentes.

Ele informou ao jornal O Norte que há cerca de 7 mil pequenos produtores rurais cadastrados no sistema do Programa Fome Zero.

-O Idene recebe destes produtores pronacianos que vivem exclusivamente da agricultura familiar, cerca de 200 mil litros diários. Porém, quando acontece algum problema em virtude da estiagem, ou outra eventualidade com o gado, o produtor avisa ao laticí­nio e por isso há diminuição no fornecimento do leite. Além disso, também sabemos que há outro complicador que é a defasagem do preço pago pelo governo federal ao pequeno produtor. Atualmente, paga-se R$ 0,70 por litro de leite, quando se tem notí­cia de outros laticí­nios e cooperativas que querem comprar, do mesmo produtor, o litro do leite pagando de R$ 0,80 até R$ 0,90, explicou.

Couto revelou ainda, que ao final, o litro de leite do programa Fome Zero custa ao governo federal R$ 1,22 (o produtor recebe R$ 0,70 por litro e o laticí­nio que irá pasteurizar, empacotar e distribuir recebe R$ 0,52). Preço, segundo ele, bem inferior ao leite vendido nos supermercados, que custam a partir de R$ 1,50.

Ainda segundo o coordenador do Idene, a diminuição dos litros de leite aconteceram atipicamente em abril, por causa do problema da entre-safra que, em 2012, começou mais cedo.

-Passado este perí­odo, quando a produção leiteira cai, tudo volta ao normal. Mesmo assim, já estamos contatando outros laticí­nicos para suprir a deficiíªncia e fazendo um trabalho para cadastrar número maior de pequenos produtores para fornecer o leite.

Sobre a possibilidade de repor o leite defasado por leite em pó, Couto informou que não há a possibilidade. Disse também que os leites que deixaram de ser entregues não foram pagos pelo governo. O jornal O Norte procurou a Asspronorte porém, ninguém quis manifestar-se acerca do problema.

http://www.onorte.net/noticias.php?id=38298

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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