Ministério da Agricultura suspende comercialização de #leite da Casmil

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Segundo órgão, análises de leite apontaram alteração em padrão. Cooperativa de Passos diz que interrupção já estava prevista por reforma.

 

O Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sipoa), do Ministério da Agricultura de Minas Gerais, suspendeu a produção e a comercialização do leite pasteurizado Milklar, da Cooperativa Agropecuária do Sudoesnte Mineiro, a Casmil, em Passos (MG). Segundo o órgão, resultados de análises de rotina apontaram alterações nos padrões microbiológicos do leite. O exame mostrou que foram encontrados microorganismos, comuns no leite, em quantidade acima do permitido.

Segundo a fiscal do órgão, Norma Terra, a empresa foi autuada e toda a linha de produção suspensa. Ainda conforme a fiscal, os testes são realizados a cada dois meses e as análises acontecem como parte do programa de monitoramento de qualidade dos produtos de origem animal do ministério. Agora, a empresa deverá apresentar um plano de medidas que vise o enquadramento do leite aos padrões exigidos pelo ministério.

Segundo a Casmil, um equipamento chamado de «desnatadeira» apresentou falha durante o processo de análise. Em nota, a cooperativa afirma que as providências estão sendo tomadas e que não há relação entre este problema e os que causaram a interdição da cooperativa em 2007.

Na época, as atividades da cooperativa foram suspensas depois que exames apontaram a presença de peróxido de hidrogênio e água oxigenada no leite cru, substâncias usadas com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro, usado para dar volume à bebida. A cooperativa foi alvo de investigação da Polícia Federal e do Ministério Público, que resultou na Operação Ouro Branco. Em julho do ano passado, a Justiça Federal encerrou o inquérito e 26 pessoas foram condenadas.

A Casmil informou que a interrupção da produção estava prevista em seu cronograma de reformas da indústria e que alguns equipamentos da cooperativa passam por manutenção. A cooperativa diz que espera que em 10 ou 12 dias, a linha de produção de leite seja regularizada. A Casmil disse ainda que deverá apresentar resultados consecutivos de três lotes dentro dos padrões para que a medida de suspensão seja revogada.

Suspeita de adulteração na Coolapa

Na semana passada, a pedido do Ministério da Agricultura, a Cooperativa Agropecuária Paraísense (Coolapa) suspendeu a produção do leite pasteurizado que supostamente estaria adulterado. Análises de amostras do produto comercializado pela cooperativa apontaram uma quantidade de soro acima do permitido, o que o faria estar impróprio para o consumo humano. A indústria, que fica em São Sebastião do Paraíso (MG), processa diariamente 40 mil litros de leite.

O laudo técnico do Procon apontou 183 miligramas por litro de CMP – proteína encontrada no leite – quando o permitido é até 30 mg/l. Também foi encontrado 0,11 miligramas de cloreto por 100 gramas de amostra, resultado 10% superior ao esperado. De acordo com o parecer técnico do Procon, o soro de leite adicionado ao produto tem como objetivo aumentar o volume e consequentemente o lucro.

Apenas a produção de derivados foi mantida. A comercialização do leite está proibida desde o dia 13 de maio por medida cautelar do Ministério Público. O órgão também determinou que a Polícia Civil abra inquérito para investigar a suposta adulteração.

Operação Ouro Branco
O caso de São Sebastião do Paraíso relembra a «Operação Ouro Branco», realizada pela Polícia Federal em outubro de 2007. Cerca de 200 policiais federais realizaram a operação na Copervale, em Uberaba e na Casmil, em Passos. No Sul de Minas, 9 pessoas foram presas, entre elas técnicos e diretores da cooperativa e um funcionário do Serviço de Inspeção Federal. As cooperativas eram investigadas por adulterar o leite com a adição de produtos químicos. Na ocasição, galões e sacos de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e citrato de sódio, foram apreendidos no laticínio da Casmil.

Segundo o Ministério Público, as substâncias eram adicionadas ao leite com o objetivo de aumentar o tempo de conservação do produto e disfarçar a adição de soro usado para dar mais volume à bebida. A Casmil chegou a ser interditada pelo MP. Dias depois, o beneficiamento do leite e a comercialização foram retomados.

Em julho de 2013, vinte e seis pessoas foram condenadas pela Justiça Federal de Passos (MG) por participação na adulteração do leite. As penas variavam de 2 a 17 anos de prisão. Entre os condenados está o então presidente da cooperativa na época, Dácio Francisco Delfraro, que recebeu uma pena de 15 anos e 5 meses de prisão. O diretor-presidente da cooperativa entre 2003 e 2006, José Calixto Mattar, também foi condenado, assim como um funcionário do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio da Silveira, responsável pela fiscalização na unidade.

Para que esta mistura não fosse apontada nos exames, era usada uma fórmula com quatro substâncias químicas: peróxido de hidrogênio (água oxigenada), soda cáustica, citrato de sódio e uma pasta base. A fórmula teria sido passada aos funcionários da Casmil por um engenheiro de Goiás. Funcionários, diretores e o inspetor do Ministério da Agricultura na cidade foram presos na época. Notas fiscais e boletins de análise da época comprovaram que o leite batizado na Casmil ia para várias empresas do país.

Na sentença, o juiz federal Élcio Arruda confirmou que houve a a adição de água oxigenada e de quantidade indevida de água no leite, conforme exames feitos pelo Instituto Nacional de Criminalística e pelo Laboratório Nacional Agropecuário.

http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2014/05/ministerio-da-agricultura-suspende-comercializacao-de-leite-da-casmil.html

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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