Perda de setores de leite, frutas, aves e suínos com greve é de R$ 4,28 bi

Perda - O prejuízo pode ser ainda maior, uma vez que foram retirados do cálculo os dados de difícil verificação, como os impactos futuros e indiretos
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O prejuízo pode ser ainda maior, uma vez que foram retirados do cálculo os dados de difícil verificação, como os impactos futuros e indiretos

Rio de Janeiro – A greve dos caminhoneiros causou perdas iniciais diretas de R$ 4,28 bilhões nos setores de leite, frutas, aves e suínos, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
As informações foram coletadas com associações de produtores e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O prejuízo pode ser ainda maior, uma vez que foram retirados do cálculo os dados de difícil verificação, como os impactos futuros e indiretos. “Se você somar as perdas iniciais diretas, chega a um valor de R$ 4,28 bilhões só de perdas diretas iniciais. Ou seja, uma análise conservadora”, ressaltou José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.
“A CNA disse que houve descarte de 289 milhões de litros de leite, pegamos o valor médio e estimamos a perda de R$ 360 milhões para o segmento”, explicou.
Segundo o Ipea, a atividade agropecuária foi uma das mais afetadas pela greve dos caminhoneiros, que durou 11 dias. Produtores de animais tiveram que reduzir o rebanho por falta de ração, enquanto hortaliças e frutas acabaram descartadas porque não conseguiram chegar aos centros de distribuição, destaca o estudo.
Os produtores de aves e suínos tiveram prejuízos diretos de R$ 3 bilhões, considerando perdas com a comercialização no mercado doméstico e exportações, animais mortos e custos logísticos.
O setor deixou de exportar 120 mil toneladas de carne de aves e suínos, uma perda de US$ 350 milhões para a balança comercial brasileira no período.
Entre os produtores de leite, a coleta foi completamente interrompida nas maiores empresas de laticínio durante cinco dias, o que levou os produtores a diminuírem a oferta de alimento às vacas.
De acordo com o Ipea, a produção média de leite por vaca levará de um a dois meses para ser normalizada, mas o processo industrial de fabricação de derivados lácteos pode ser comprometido por um tempo maior.
“Além de se restabelecer o fornecimento de matéria-prima, leite, há a necessidade de retomada do fluxo de abastecimento de produtos para higienização de máquinas e equipamentos, embalagens e transporte de produtos acabados até o mercado consumidor. A estimativa de algumas indústrias do setor é que esse processo demore um mês para acontecer, o que deverá afetar diretamente os preços do leite e derivados no mercado doméstico”, ressalta a nota do Ipea.
As perdas na produção de frutas e hortaliças foram estimadas em R$ 920 milhões, considerando as mercadorias descartadas nas estradas e no campo, de acordo com dados da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas). As culturas mais afetadas foram as de mamão, manga, uva, goiaba e acerola.
Durante a paralisação, os produtores de carne bovina tiveram que segurar o gado no pasto por conta da interrupção do abate nos frigoríficos. O setor deixou de exportar 40 mil toneladas de gado durante a greve, o equivalente a US$ 170 milhões, diz o Ipea.
“A capacidade de repassar todos os custos para as demais etapas da cadeia dependerá da estrutura de mercado e governança de cada uma delas, já que possuem mecanismos de transmissão diferenciados. O que se observou durante a greve é que, em quase todos os segmentos, o produtor assumiu o prejuízo. Serão necessários mais alguns dias ou semanas para dimensionar os impactos reais diretos, como o fornecimento de insumos, e indiretos, como os problemas fitossanitários.
Também será confirmado nos próximos dias se houve algum processo de desorganização da cadeia produtiva”, concluíram os pesquisadores do Ipea responsáveis pela nota técnica.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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