Apoio da UE para leite é «insuficiente» e «mal direcionado»

O presidente do Governo dos Açores considerou hoje que o pacote de ajuda de 500 milhões de euros da Comissão Europeia (CE) para o setor do leite se revela "insuficiente" e é "mal direcionado".
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O presidente do Governo dos Açores considerou hoje que o pacote de ajuda de 500 milhões de euros da Comissão Europeia (CE) para o setor do leite se revela «insuficiente» e é «mal direcionado».

«Não podemos de deixar de considerar como insuficiente e mal direcionada a resposta que a nível europeu foi dada a essa situação [crise do leite]», disse Vasco Cordeiro, na cerimónia comemorativa dos 40 anos da Associação Agrícola de São Miguel (AASM), na sede da instituição, na Ribeira Grande.

O responsável máximo do executivo açoriano explicou que a insuficiência assenta no facto de os valores avançados pela CE – de 500 milhões de euros para todo o setor leiteiro europeu – terem baixado para 420 milhões, uma vez que 80 milhões foram canalizados para a carne de suíno, acrescentando que a verba atribuída a Portugal foi de apenas de 4,8 milhões.

Vasco Cordeiro declarou que só o seu executivo, com base nas medidas que destinou ao setor agrícola no orçamento regional, a título de ajuda, disponibilizou verbas semelhantes a toda a ajuda da CE para o setor europeu e ao país.

O líder do executivo açoriano especificou que a ajuda comunitária é mal direcionada porque «deixa inalteradas as causas da situação que vivemos», bem como «incólumes» as razões pelas quais o setor do leite, no quadro europeu, se encontra em dificuldades.

«Nós temos é que aprofundar e enfrentar, de forma determinada, a nível europeu, a questão do mercado para os nossos produtos. E enquanto esse aspeto não for atendido e criadas medidas que possam, por via dessa procura de novos mercados, melhorar preços e rendimentos dos agricultores, estaremos, única e exclusivamente, a usar paliativos para aquilo que é a situação que se vive a nível europeu», declarou Vasco Cordeiro.

Considerando que a agricultura, e de forma particular o setor leiteiro, enfrenta desafios que resultam de uma «conjuntura adversa» da parte de mercados importadores, o presidente do Governo dos Açores destacou que este fator tem pesado mais do que o aumento de produção de leite derivada do desmantelamento do regime de quotas no espaço comunitário.

De acordo com dados do Observatório Europeu do Leite, citados por Vasco Cordeiro, entre janeiro e setembro de 2015, a produção nos 28 Estados-membros aumentou apenas 0,1%, em termos comparativos com período homólogo do ano anterior, o que deve motivar a procura das razões para o cenário atual.

Vasco Cordeiro considera que se está perante uma retração do consumo e uma diminuição de importações em mercados da referência como a China e a Rússia, em que a queda do volume das exportações atinge os 40%, defendendo que a União Europeia (UE) não se pode alhear de um problema que tem «consequências devastadoras», devendo procurar as «respostas adequadas».

O presidente da Confederação da Agricultura Portuguesa (CAP), João Machado, que também esteve presente na cerimónia comemorativa dos 40 anos da Associação Agrícola de São Miguel, afirmou que o setor investiu, nos últimos seis anos, mais de oito mil milhões de euros, quando «não havia crédito, ele era caro e nenhum outro setor da economia investia», e enquanto as medidas de austeridade da ‘troika’ se faziam sentir no país.

Jorge Rita, presidente da Associação Agrícola de São Miguel, considerou que a matriz da instituição tem sido a sua independência perante o poder político e fez um apelo à união, de forma a conseguir-se vencer os desafios.

A Associação Agrícola de São Miguel, além de homenagear os seus fundadores, distinguiu os ex-presidentes do Governo dos Açores, Mota Amaral, Madruga da Costa (já falecido) e Carlos César.

http://www.laticinio.net/noticias/completa/17486_apoio-da-ue-para-leite-e-insuficiente-e-mal-direcionado

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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