Sistema de pasto rotativo é uma das alternativas para impulsionar setor.
Dia de Campo expôs método para outros produtores da região.
Os criadores de gado leiteiro do município de Vilhena (RO), a 700 quilômetros de Porto Velho, estão investindo em técnicas que aumentem a produção de leite na região, como o sistema de pasto rotativo. O procedimento, incentivado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater), visa destacar Rondônia em âmbito nacional, já que o estado ocupa atualmente o 8° lugar no ranking da produção de leite.
Segundo o técnico da Emater, Fábio Rodrigo Back, o maior problema enfrentado pelos produtores rurais é saber o ponto exato de corte do capim. «Muitas vezes o produtor consegue produzir capim, mas ele não sabe a hora exata de cortar esse capim, para aproveitar ele quando está no máximo de nutrientes disponíveis para o animal. E esse sistema rotacional visa justamente isso. É fazer com que o animal consuma um volume de melhor qualidade e com isso aumenta sua produtividade», explica.
Umas das propriedades onde o sistema de pastejo rotacionado foi adotado é a do produtor rural Roberto Pires, que não estava satisfeito com a rentabilidade do rebanho. Em setembro de 2014, Roberto passou a receber acompanhamento de um técnico da Emater e adotou o novo sistema de pasto.
Antes o produtor mantinha um animal por hectare. Com a implantação do sistema rotacionado, a capacidade subiu para nove animais. Na propriedade de Roberto foram instalados 25 piquetes em uma área de 1,7 hectares.
Os animais demoram cerca de um dia para consumir todo o capim de um piquete. Quando o último é consumido pelo rebanho, o primeiro já está no tamanho ideal de corte e rico em nutrientes. Com a adoção da nova técnica, a produtividade do rebanho passou de 3,7 litros por animal para 7,5 litros.
Conforme o produtor, o manejo dos animais também ficou mais fácil. «Melhorou o trabalho porque antes a gente tinha que pegar um cavalo e ir lá no pasto tocar o bezerrinho para o curral e ele não queria vir. Agora não, o bezerrinho fica em um piquete, a vaca fica em outro. Você chama e eles vem todos, pois estão acostumados e mansos», conta.
Os sistemas de pastejo rotacionado empregado nas unidades demonstrativas da região têm atraído à atenção de outros produtores que participaram de um dia de campo na propriedade de Roberto Pires.
José Gomes de Aguiar, que é produtor de gado leiteiro em Vilhena foi um dos que esteve visitando a propriedade de Roberto. «A minha vontade é de já estar trabalhando com esse método, pois há possibilidade de seguir bem. As pessoas em pequenas áreas tem possibilidade de produzir mais», disse.
http://g1.globo.com/ro/vilhena-e-cone-sul/noticia/2015/11/agricultores-adotam-tecnicas-para-aumentar-producao-de-leite-em-ro.html