Não é de hoje que os produtores de leite do Brasil exigem uma postura mais firme do Governo Brasileiro em relação í s importações de lácteos
Não é de hoje que os produtores de leite do Brasil exigem uma postura mais firme do Governo Brasileiro em relação í s importações de lácteos, atrapalhando o desenvolvimento do mercado nacional. Exemplo do cenário atual é que no acumulado do ano (janeiro a julho), as compras internacionais de leite e derivados somaram 99,2 mil toneladas, o maior resultado desde 2002.
Segundo as últimas informações disponibilizadas pela Secex (Secretaria Comércio Exterior), o volume anotado este ano supera em 16,3% as 85 mil toneladas compradas entre janeiro e julho de 2011 e é quase 50% superior í s importações anotadas em 2010 (85,3 mil toneladas).
A Argentina, maior fornecedor de lácteos ao Brasil, exportou no período citado 47,2 mil toneladas, segundo maior patamar desde 2002, acima apenas das 50,5 mil toneladas vendidas em 2011.
O mais agravante é que o governo brasileiro adquiriu do Uruguai 40,8 mil toneladas de lácteos nos sete primeiros meses deste ano, 67% a mais que em 2011 (24,4 mil toneladas), atingindo recorde histórico.
Os produtores do Mato Grosso do Sul revoltados com atual situação começaram a circular na região um abaixo assinado contra o aumento destas importações. Na próxima segunda-feira, dia 13, í s 14 horas, acontecerá na frente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul.) um manifesto para entrega do abaixo assinado. Após isso haverá uma espera de 20 dias e, caso os governantes não apontem soluções em favor da cadeia, os produtores prometem fechar rodovias.
Em entrevista í Rural Centro, o produtor rural e diretor executivo da Coopavil (Cooperativa Agroindustrial Vale do Ivinhema), Hernandes Ortiz, informou que a previsão é de que 2012 finalize com um crescimento de 100%, repetindo o mesmo patamar de 2011 quando as aquisições dos lácteos de outros países subiram 134%â€, explica o representante.
Hernandes alerta que o governo brasileiro criou uma cota de importação de tríªs mil toneladas, mas referente í s negociações apenas com a Argentina e somente de leite em pó. “Infelizmente, isso não resolve muita coisaâ€, comenta.
Segundo Ortiz, a pecuária de leite passa por problemas graves como custo de produção, logística e, principalmente, com o fato de não conseguir produzir volume satisfatório, ficando difícil competir com os produtos importados que são mais baratos.
«Imagem: A equipe de jornalismo da Rural Centro elaborou uma tabela com os dados históricos das importações brasileiras de lácteos, realizada com os dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), entre janeiro e julho de 2012, em relação aos anos anteriores.»
Fonte: Rural Centro