Gestão eficiente na comercialização da carne e do leite foi uma das principais lições que os produtores e representantes da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT) e Sindicatos Rurais tiveram durante a Missão Técnica realizada na Austrália e Nova Zelí¢ndia entre os dias 2 e 16 de maio. O objetivo da viagem, que contou com a participação de 32 integrantes, foi trocar experiíªncias e promover o treinamento das lideranças sindicais e dos produtores rurais de Mato Grosso.
Em relação í tecnologia de produção, segundo avaliação do presidente da Famato e do Senar-MT, Rui Prado, o Brasil não perde para os países visitados. No entanto, a agropecuária brasileira ainda precisa melhorar a comercialização de seus produtos. De acordo com ele, tanto na Austrália como na Nova Zelí¢ndia os produtores possuem uma maneira muito particular de lidar com os mercados. “Nestes países existem instituições e conselhos que trabalham exclusivamente para a venda dos produtos nos mercados interno e internacional. Eles se preocupam muito com a demanda do mercado. Produtores, indústrias e governos locais trabalham em conjunto para divulgar a qualidade da carne e do leite», conta Prado.
Na Austrália, por exemplo, boa parte do boi é comercializada em leilões, cujo funcionamento é bem diferente do Brasil. Os australianos vendem o gado de corte destinado ao abate pelo preço do quilo do animal e não por unidade de animal, como acontece no Brasil. Este modelo, conforme Prado, tem o objetivo de democratizar os preços. â€œí‰ também uma forma de ‘premiar’ quem produz com qualidade, pois a qualidade de um boi é medida pelo peso do animal. A gente quer fomentar isso em Mato Grosso. A Famato não realiza leilão, mas pode fomentar este tipo de leilão, que premia a qualidade do animal, como na Austrália. Isso dará segurança tanto para o vendedor quanto para o compradorâ€, relata o presidente da Famato e Senar-MT.
Nova Zelí¢ndia – O país possui um clima temperado e a pecuária é intensiva, principalmente focada na produção de leite. Já a Austrália tem o clima semi-árido e, por conta disso, a pecuária é extensiva.
Na Nova Zelí¢ndia, os produtores avaliam muito as condições de pastagem para a alimentação do rebanho. Uma das tecnologias adotadas por lá e que chamou a atenção dos participantes da Missão Técnica foi a medição do volume de pastagem. “Existe um aparelho que consegue quantificar e medir a pastagem. Baseado na quantidade de pasto, o produtor consegue fazer a lotação dos animais na propriedade. Isso no Brasil não é uma tradição, não faz parte da nossa cultura, mas devemos nos empenhar nisso, porque a metodologia irá trazer benefícios para os animais e aos produtoresâ€, informa o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini.
Agenda positiva – Após um encontro com representantes da Meet Livestock Australia (associação que faz a promoção da carne australiana ao redor do mundo), a Famato buscará ingressar num fórum internacional composto por vários países, entre eles o Canadá, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelí¢ndia e México. O fórum ocorrerá em setembro, nos Estados Unidos, e tem o objetivo de estimular o consumo de carne no mundo.
A Famato é a entidade que representa os 86 sindicatos rurais de Mato Grosso. Junto com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e o Senar-MT, forma o Sistema Famato.