Jogo político pode impedir apreciação das propostas que criam Prodeleite e Fundoleite
Um intrincado jogo político permeia agora as negociações para a votação dos projetos para o leite. Aptas para a votação na seção desta terça-feira da Assembleia, as duas propostas que criam o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Prodeleite) e o fundo estadual do leite (Fundoleite) precisam superar antes outros assuntos, como o Banrisul e a EGR, que nas últimas semanas têm derrubado o quórum necessário para a apreciação.
— Esses projetos só têm chance de ir à votação se houver acordo para que sejam apreciados antes do projeto do Banrisul — afirma o deputado Frederico Antunes (PP).
A partir da sugestão de entidades, Antunes também deve apresentar emendas ao texto do Fundoleite com relação à composição do conselho deliberativo e com relação à contribuição financeira a ser feita. Para a Federação da Agricultura do Estado (Farsul), são justamente esses dois pontos que ainda exigem discussão.
— Continuamos negociando com o governo e com os próprios parlamentares para não cometermos o erro de aprovar um projeto que onere a produção — afirma Jorge Rodrigues, presidente da Comissão de Leite da Farsul e vice-presidente do Conseleite.
Na contrapartida, entidades que apoiam o projeto, como a Ocergs e a Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul (Apil), tem se mobilizado para tentar sensibilizar os deputados a garantir a presença mínima exigida para a votação. A exemplo do que ocorreu na última semana, as galerias do plenário prometem ficar ocupadas. Até mesmo e-mails e redes sociais estão sendo utilizados para fazer um «chamamento», inclusive de consumidores.
Sobre a possibilidade de negociar a ordem de votação, o deputado Valdeci Oliveira, líder do governo na Assembleia, afirma:
— Vamos avaliar isso até o momento da reunião do colégio de líderes.
ZERO HORA