Venezuela paga US$ 1,5 bi a credores, mas receio de moratória continua

O governo do presidente Nicolás Maduro teme que uma moratória da Venezuela possa causar a perda de ativos da petrolífera estatal, a PDVSA.
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A Venezuela fez um pagamento de US$ 1,5 bilhão a credores internacionais na sexta-feira, evitando uma moratória apesar de o colapso das receitas com petróleo estar corroendo cada vez mais as finanças do país.

Os preços dos títulos de dívida em questão, que a Venezuela emitiu dez anos atrás, subiram para 100% do valor de face na sexta-feira, dizem corretores, uma indicação de que o governo fez o pagamento através do órgão de compensação.

O governo venezuelano ainda não havia anunciado o pagamento dos bônus até ontem à noite.

Embora não tenha sido uma surpresa para analistas e investidores, o pagamento efetuado na sexta-feira mais uma vez ressaltou a disposição do governo de continuar mantendo em dia o serviço de sua dívida externa, que hoje é de US$ 120 bilhões, mesmo estando às voltas com uma escassez generalizada de produtos que vão desde alimentos até remédios e com uma economia que deve se contrair 8% neste ano.

O governo teme que uma moratória possa causar a perda de ativos da petrolífera estatal, a Petróleos de Venezuela SA, como plataformas, refinarias e carregamentos de petróleo. A PDVSA, como a estatal é chamada, fornece quase todas as divisas estrangeiras que o governo precisa para pagar por bens importados, do leite a peças de máquinas.

“É animador para os detentores dos títulos que eles estejam dispostos a pagar”, diz Siobhan Morden, diretora-gerente da firma de serviços financeiros Nomura Services International. Mas, segundo ela, a dúvida é quanto à sua capacidade de pagar.

A Venezuela é um dos países que está sendo mais atingido pela queda nos preços do petróleo, devido à sua excessiva dependência das exportações do produto. Segundo a agência de classificação de risco de crédito Moody’s Investors Service, a receita com exportações de petróleo da Venezuela deve cair 40% neste ano em relação a 2015, para US$ 22,1 bilhões, considerando os preços atuais da commodity, que nos Estados Unidos já recuaram cerca de 50% desde junho.

O país também está sendo acuado por sua política de nacionalizar a maioria das indústrias e depender das importações para suprir mesmo itens de uso diário. À medida que as receitas com petróleo despencam, a dívida da Venezuela aumenta ainda mais em relação ao seu produto interno bruto, que está se contraindo.

Até agora, o país vem queimando as reservas em moeda estrangeira de seu banco central e cortando drasticamente as importações para continuar pagando suas dívidas. As reservas recuaram ao seu menor nível em 13 anos na sexta-feira, para US$ 14,56 bilhões, uma queda de US$ 1,8 bilhão só neste ano.

O total em dólar aprovado para importações foi de US$ 106 milhões em janeiro, um valor 87% menor que o do mesmo mês do ano passado, segundo dados do governo a que o The Wall Street Journal teve acesso.

O corte nas importações, que agrava a escassez reinante no comércio local, está exaltando os ânimos nas ruas, com manifestações esporádicas surgindo em diversas partes do país.

Também em janeiro, a Venezuela enviou US$ 1,3 bilhão em barras de ouro para a Suíça, segundo dados da agência federal da alfândega do país europeu. O carregamento teria sido uma aparente tentativa de honrar as obrigações de fevereiro.

O pagamento de sexta-feira não elimina o receio de uma moratória na Venezuela, uma vez que o os títulos de longo prazo do país continuam sendo negociados em níveis bem abaixo do valor de face. De fato, a Venezuela ainda terá de fazer pagamentos substanciais ainda este ano, e analistas e investidores questionam se o país será capaz de acumular dinheiro suficiente para fazer frente a essas obrigações.

“Somente pagar suas dívidas não é uma estratégia sustentável”, diz Morden, da Nomura.
http://br.wsj.com/articles/SB11827753059882384881704581569361849679884?tesla=y

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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