Produtores de leite em dificuldades
Os números revelados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América, no início deste ano, eram esperados com ansiedade e preocupação. Os piores temores confirmaram-se: a seca está para continuar e, com ela, as produções agrícolas continuam abaixo do que o Mundo precisa.
Além da potencial subida de preços devida í falta de oferta em relação í procura, as mercadorias continuam a ser apelativas para os investidores que, assim, inflacionam ainda mais os preços.
O milho e a soja – componentes da ração para o gado – chegaram a valorizar mais de 100% em 2012. “Portugal está muito dependente das importações de cereais e soja dos EUA e, caso se verifique nova seca, verificar-se-ão baixas produções.
Uma produção baixa, num ano de stocks muito baixos originará preços das matérias primas muito altasâ€, adianta Cristina de Sousa, presidente da Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais.
O aumento de preços das matérias-primas fará aumentar o custo das rações e isso, segundo Cristina de Sousa, poderá ser já “incomportável para parte dos produtores pecuáriosâ€.
Conhecendo de perto a fileira da carne, uma vez que é proprietária de uma empresa de produção da rações, de explorações agropecuárias e de venda ao público, a responsável teme que a situação leve a “ter animais a morrer de fome nas explorações pecuárias, produtores a não pagar as rações í s fábricas e, provavelmente, produtores pecuários a abandonar a atividadeâ€.
Leite perto da rutura
O abandono de atividade é já uma realidade conhecida na produção de leite, setor que José Oliveira, presidente da LEICAR – Associação de Produtores de Leite e Carne, refere ser “ainda mais vulnerável ao aumento de custo das raçõesâ€.
http://www.dinheirovivo.pt/Economia/Artigo/CIECO095399.html