Mais de 500 pessoas participaram da segunda edição do Programa de Desenvolvimento Tecnológico da cooperativa de lácteos argentina, SanCor. A especialista do Rabobank, Paula Savanti, foi uma das primeiras palestrantes do encontro. Em seu panorama global sobre o setor leiteiro, enfatizou: «Sabemos que o preço internacional do leite em pó vai se recuperar, mas não sabemos exatamente quando isso vai acontecer».
Em abril, o preço internacional caiu 11% e, na última licitação da Global Dairy Trade baixou em 8%, ficando em US$ 2.546/tonelada. Para Savanti, seu valor voltará a estar entre US$ 3.500 a US$ 3.700 por tonelada. «As projeções de preços podem se modificar se houver dificuldades climáticas em países produtores ou demandantes, se a crise europeia se tornar mais séria ou profunda do que o esperado e, inclusive, a contração das compras da China podem atrasar sua recuperação». Nesse sentido, ela disse que acredita que o preço internacional «será melhor no ano que vem».
China, Rússia e índia são países que incidem em grande medida no mercado de lácteos e seguem consumindo. «Se a China retomar as compras (tinha muito estoque), haverá uma recuperação dos preços. Cremos que voltará a fazer isso no segundo semestre».
Ela também disse que «o volume atual do comércio internacional de lácteos é o mais alto historicamente. As condições climáticas em todo o mundo foram muito boas para a produção de leite e isso levou a um crescimento global da oferta». No entanto, Saventi advertiu que o consumo na Europa e nos Estados Unidos está contraindo ao mesmo tempo que a oferta está crescendo e essa situação inevitável se reflete nos preços. «De qualquer maneira, o crescimento do estoque mundial de leite não é preocupante. Os países em desenvolvimento seguem aumentando o consumo de leite e retém bastante os preços».
Em sua reflexão sobre se o consumo vai desacelerar ou se seguirá crescendo, Savanti disse: «Somos bastante otimistas sobre o futuro do setor leiteiro; projetamos um crescimento anual de 2,4% no consumo». Para o segundo semestre, Savanti projeta uma correção da demanda e oferta, de forma que o mercado se reacomodará. Porém, essa recuperação poderá ser vista a partir do último trimestre do ano. «A perspectiva de preços é boa, mas nem sempre o preço será alto e igual, a volatilidade será marcada».
Frente ao atual cenário, ela disse: «Creio que em 2013 faltará leite durante o primeiro semestre, como consequíªncia do que está ocorrendo agora».
A reportagem é do Infortambo