#Queijo coalho de Jaguaribe conquista mercado nacional

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O alimento que se transformou em identidade de um povo conquistou não só o Estado, mas também o reconhecimento do Paí­s inteiro. Da prensa de madeira í  industrialização, o queijo coalho do Jaguaribe aprimorou seu sabor inconfundí­vel e encontra-se em momento de inovação. Os produtores estão ganhando capacitação para investir na variedade. Muitas histórias são contadas pelo povo jaguaribano, que cresceu vendo a arte da produção do queijo coalho dentro de casa. Do gado se tirava o principal sustento. Vendia a carne, o leite e com a sobra se produzia o queijo. Em pequenos quartos, o trabalho de transformar o leite em queijo saciava a fome de muitas famí­lias, principalmente, na época da seca.

VII Festival do Queijo surpreende pela variedade de produtos. Da tradição para a comercialização, hoje o mercado do queijo é crescente e precisa de novos investimentos fotos: ellen freitas

A cidade já foi a maior bacia leiteira do Estado do Ceará, o que deu visibilidade ao pequeno povo í s margens do Rio Jaguaribe. Com o tempo, a falta de preparo dos criadores de gado leiteiro e as dificuldades, o municí­pio perdeu o posto para região do Sertão Central, ficando em segundo lugar. A fartura do leite não tinha tanta importí¢ncia comercial como se tem hoje.

Da produção original sabe-se que o coalho natural era extraí­do do estí´mago de pequenos animais existentes no Nordeste, dai vem o nome queijo coalho. O conhecimento era passado de geração para geração. As grandes toras de queijo chegavam a pesar até 30kg e tinham um sabor e textura diferentes. Eram mais salgados para conservação durante longos perí­odos, ou mais duros, de onde se fazia a farinha do queijo. Com o tempo e a descoberta de novas formas de produzir, o queijo foi ganhando o aroma, sabor e textura que o tornou tão popular.

Ada Maria Diógenes cresceu vendo seu pai produzir queijo. Ela recorda as várias histórias da tradição do queijo em sua famí­lia. «Antigamente, no tempo do meu aví´, se fazia queijo para comer, eles eram enormes e ficavam armazenados em caixões de farinha. Meu pai conta que eles eram fabricados no inverno para serem consumidos no verão ou na seca», conta. Ela relembra que, quando estudava na Capital, vendia o queijo produzido pelo pai para ter algum dinheiro. Hoje, a famí­lia possui dois laticí­nios que abastecem comércios de várias cidades. Fortaleza é um dos principais consumidores do queijo coalho do Jaguaribe.

A empresária acompanha todo o processo de fabricação para garantir a qualidade do produto. A queijaria emprega seis pessoas. Além do queijo tradicional, ela produz variedade, como os queijos temperados, mas em menos escala. Atualmente, a empresa está se adequando para produzir também bebidas lácteas, como iogurtes.

A fama do queijo de Jaguaribe se tornou tamanha que o produto, que é produzido artesanalmente a partir do leite cru, é vendido por encomenda para vários estados. Tem-se conhecimento que na terra do queijo minas há quem consuma a variedade tí­pica do Nordeste. O baixo Jaguaribe conta com apoio técnico do Sebrae para desenvolver o mercado com mais qualidade. De acordo com a analista técnica responsável pelo setor, Elzileide de Sousa, os laticí­nios estão se adequando í  legislação, principalmente para assegurar a venda do produto livremente por novos mercados.

Festival

«Estamos lutando para conseguir a legislação estadual para o queijo coalho da região, podendo depois ser vendido livremente como produto artesanal», explica. Uma das ações realizadas para fortalecer o setor é o Festival Regional do Queijo, que é realizado anualmente. A ocasião serve para troca de experiíªncia e novos aprendizados. Na edição deste ano, que ocorreu nos últimos dias 6 e 7 de novembro, em Jaguaribe, houve estí­mulo para produção de derivados, como bebidas lácteas e outras variedades de queijo. O destaque do festival foi o concurso do melhor queijo da região, onde participaram 14 laticí­nios, principalmente de Jaguaribe. O vencedor leva o tí­tulo de melhor queijo regional do ano, além de brindes. Este ano o vencedor veio do distrito de Feiticeiro, famoso pela renda Filé. Foi o produtor Raimundo Miranda. Ele possui um laticí­nio há mais de 14 anos, onde trabalha toda a famí­lia.

Demanda

Mesmo com dificuldades, principalmente pela escassez de chuvas, os laticí­nios do Jaguaribe e região continuam a atender a crescente demanda em todo o Estado. De acordo com levantamento feito pela Associação dos Produtores de Leite e Derivados do Jaguaribe (Queijaribe), o rebanho bovino conta com cerca de 49 mil cabeças, produzindo cerca de 35 mil litros de leite por dia. De toda a produção, 90% são destinados para os laticí­nios só do municí­pio, que contabilizam atualmente 150 produtores de queijo coalho e derivados.

Fonte: Diário do Nordeste

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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