Queijo Canastra conquista reconhecimento na França

Guilherme “Capim” foi o primeiro brasileiro a conquistar medalha no torneio internacional
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Produtor de queijos há quatro anos, o veterinário Guilherme “Capim” Ferreira, de 28 anos, recebeu duas grandes notícias nesta semana. Ele foi o primeiro brasileiro a conquistar medalha num dos principais concursos de queijo do mundo, o Mondial Du Fromage de Tours, na França. Coincidentemente, no mesmo dia da premiação, ele conseguiu o selo do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura (Sisbi), necessário para venda do produto fora de Minas. É o primeiro produtor individual da Serra da Canastra a tê-lo.

O Instância Capim Canastra, produzido por Guilherme em São Roque de Minas, ganhou medalha de prata na categoria Massa Prensada Não Cozida de Leite Cru de Vaca, na última segunda-feira, em Tours. Ele concorreu com queijos como o francês Saint Nectaire, o espanhol Manchego e a raclette suíça. Dentre os 23 países concorrentes, Brasil, China e Israel participaram pela primeira vez. Ao todo, mais de 600 queijos competiram.

“Um produtor de Belo Horizonte foi fazer um curso na França e levou meu queijo. Então a jornalista Débora Pereira, da ONG SertãoBras, fez a inscrição no concurso e fomos contemplados com a medalha de prata. Foi uma surpresa”, contou Capim, como é conhecido na região.

Débora confiou o queijo ao mestre curador Jean François Dubois, em Arras, Norte da França, no fim do mês passado. Foram oito queijos nacionais escolhidos a dedo por Dubois, entre eles, o Canastra produzido por Guilherme. Os queijos entraram de avião por Marselha e viajaram mais de mil quilômetros, por dez dias, para chegar à Arras, cidade onde o curador francês tem suas “caves” – palavra francesa que significa sala de maturação para conservar queijos ou vinhos.

Dentre os motivos que o fizeram entrar para o rol de grandes produtores mundiais, Capim destaca a “magia do terroir da Canastra”. “O local é essencial para produzir um queijo especial. Os mestres queijeiros de lá não conheciam esse paladar brasileiro, diferente dos queijos europeus que também participavam do concurso”.

E foi exatamente o que uma das juradas ressaltou: o sabor da fazenda. “Esse queijo tem um gosto diferente para o paladar europeu, um gosto de terra, agradável, de relva, inédito para nós”, disse Fabienne Effertz, da Bélgica.

Certificação para venda no Brasil é fruto de muita luta

Para conseguir o selo do Sisbi para os queijos Canastra que produz, Guilherme Ferreira conta que não foi fácil e que agora pretende ajudar outros produtores da região na conquista da certificação. “Estou há dois anos nesta batalha e vou aproveitar a premiação, a força que ganha o meu produto, para auxiliar os produtores da Associação dos Produtores de Queijo da Serra da Canastra (Aprocan)”.

Sem o certificado, muitos produtores acabam se arriscando e vendendo o Canastra na ilegalidade, por necessidade, conta Capim. Mestre queijeiro da Bélgica, Philippe Moreau disse, numa gravação de vídeo feita pela jornalista Débora Pereira, durante o concurso em Tours, que quer defender os produtores brasileiros nesta situação.

Guilherme diz que não tem a intenção de aumentar a produção. Segundo ele, o leite e o pingo (fermento natural) vêm da própria fazenda, em São Roque de Minas, o soro vem da produção do dia anterior e o coalho é de origem animal. São necessários 22 dias de maturação. E ele quer manter a qualidade.

http://www.hojeemdia.com.br/queijo-canastra-conquista-reconhecimento-na-franca-1.324980

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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