#Produtor perde com receita menor e custos maiores

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Após meses registrando apenas ligeiros aumentos nos custos da atividade leiteira, em junho, a alta nos custos foi mais expressiva, segundo indicam cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio financeiro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Considerando-se a média ponderada dos estados de GO, SP, MG, PR, SC e RS, o Custo Operacional Efetivo (COE) teve alta de 3% de maio para junho e o Custo Operacional Total (COT), de 2,6%. O COE representa todo o desembolso do produtor, e o COT, o dispíªndio corrente da atividade (COE), as depreciações dos bens de produção e o pró-labore.

Já a receita do produtor caiu no mesmo perí­odo, reduzindo a margem de lucro na atividade: o preço médio recebido pelo leite em junho teve queda de 1,24% frente ao míªs anterior, considerando-se a «média nacional» (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA) calculada pelo Cepea.

Os custos com alimentação concentrada, mais uma vez, tiveram destaque, com valorização de 7% de maio para junho, na média ponderada pelos mesmos estados. Segundo pesquisadores do Cepea, fatores como a quebra na produção de soja no Brasil e incertezas quanto í  safra de soja nos Estados Unidos, elevou a procura pelo grão, impulsionando os preços – a menor oferta do grão no mercado brasileiro levou, inclusive, processadoras nacionais a importarem o grão de paí­ses vizinhos.

Para os próximos meses, além da forte valorização da soja, a maior demanda por insumos utilizados na lavoura, como os fertilizantes, também sinaliza que os custos tendem a se manter em patamares elevados.

De junho/11 para junho/12, os aumentos do COE e do COT foram de 10,8% e de 9,4%, respectivamente. O preço do leite, entretanto, caiu 1% no mesmo perí­odo – em termos nominais.

Quanto ao perí­odo de janeiro/12 a junho/12, o COE aumentou 4,3% e a receita do produtor, somente 1%, reduzindo a sua margem no perí­odo. Essa alta nos custos esteve, em boa parte, atrelada ao aumento do salário mí­nimo em janeiro, de 14,13%, e í  forte elevação nos preços do farelo de soja, um dos principais componentes do concentrado, que vem batendo recordes. De acordo com painéis realizados pelo Cepea, dentre os principais itens que compõem os custos de produção de leite, os que mais pesam no bolso do produtor são a mão de obra e a alimentação, especialmente a concentrada (ração).

O primeiro semestre deste ano, portanto, é bem diferente do cenário observado no ano passado. De janeiro/11 a junho/11, o COE registrava queda de 2,8% ao passo que o preço do leite pago ao produtor subia expressivos 17,2%. Naquele perí­odo, os preços dos grãos estavam em baixa, o que aliviava os custos.

O poder de compra do produtor, medido pela relação de troca de leite por insumos, reflete essa mudança. Em junho/11, o produtor precisava de 733 litros de leite para a compra de uma tonelada de farelo de soja e de 678 litros de leite para o pagamento de um salário mí­nimo. Já em junho/12, foram necessários 1.224 litros de leite para se adquirir uma tonelada de farelo de soja e de 785 litros de leite para o pagamento de um salário mí­nimo, aumentos expressivos de 67% e de 16%, respectivamente.

Esse cenário de alta nos custos foi verificado em todos os estados acompanhados pelo Cepea nesta pesquisa. Dentre as regiões, a alta mais expressiva no COE de junho/11 e junho/12, de 12,2%, ocorreu no RS, seguido por PR e MG, que tiveram aumentos de 11,3% e de 10,8%, respectivamente. Estes, coincidentemente, são os principais estados produtores de leite do Brasil. Em seguida, GO apresentou aumento de 9%; SC e SP tiveram, ambos, encarecimento de 7,4% da produção. Já com relação ao preço do leite, na comparação com junho do ano passado. SC teve decréscimo de 8,7%, seguido por PR, SP e GO, com baixas de 5,2%, 2,3% e 0,9%. Nos estados do RS e MG, os valores foram praticamente os mesmos.
Fonte: Cepea/Esaq-USP

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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