O produtor de leite teve margem de lucro apertada no primeiro trimestre deste ano, reflexo da queda de receita e do aumento dos custos de produção. Enquanto o faturamento com a atividade caiu 2,9% no período, o Custo Operacional Efetivo (COE), que inclui as despesas correntes da pecuária leiteira, subiu 3%. Já o Custo Operacional Total (COT), que engloba o COE mais o pró-labore e a depreciação de patrimônio, teve alta de 2,8%.
As informações estão no boletim Ativos da Pecuária de Leite, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). “Como a remuneração em 2013 foi melhor, os pecuaristas fizeram mais investimentos. Assim, houve aumento de produção e queda nas cotações no final do ano passado e no início de 2014, com recuperação apenas em março”, explica o estudo.
Apesar da margem estreita, os preços pagos ao produtor pela matéria-prima chegaram a R$ 1,0107/litro, superando em 12,59% a média registrada do primeiro trimestre nos seis anos anteriores (2008 a 2013). Em relação aos custos de produção, o estudo registrou o mesmo comportamento na comparação com os anos anteriores, com exceção de 2008 e 2012, em razão da alta do concentrado, que representa 40% dos custos, e do aumento das despesas com mão de obra, que responde por 15% dos custos.
O boletim diz, ainda, que os efeitos da seca nos pastos e na produção de grãos já afetam as estratégias de alimentação dos rebanhos, a captação, os custos de produção e o preço dos lácteos. Desta forma, justifica o estudo, “cada produtor deve analisar as condições do mercado daqui para frente, levando em consideração os atuais patamares das cotações e também a expectativa de variação dos custos, para definir o melhor momento de investir na atividade”.
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