#Produção de leite, hora de cautela

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Gilson Gonçalves Costa, Engenheiro Agrí´nomo e Produtor de leite em Itaberaí­-GO.
As crises nos paí­ses europeus e até nos Estados Unidos são fatos do conhecimento de todos e seria ilusão pensarmos que elas não chegariam ao Brasil e estão chegando muito rápido na cadeia láctea.

A conta de muitos empréstimos, í s vezes sem o devido lastro, e pior, sem viabilidade técnica e econí´mica, terá que ser paga. Não sou arauto do apocalipse, mas prevejo dias ruins, sobretudo para nós, produtores de leite. O raciocí­nio é simples. Muita festa, muitos direitos (carnaval, shows, empréstimos, férias longas, seguro desemprego indiscriminado), pouco trabalho, poucos deveres cumpridos (feriados demais, poucas horas trabalhadas, muitas bolsas famí­lias, bolsas escolas, cheque moradia, juros altos, tributos demais) e pouco compromisso. Relembrando um velho ditado mineiro «é do couro que sai as correias», ou seja, alguém terá de pagar esses pacotes de bondade dos governos e, obviamente este dinheiro só pode sair de quem trabalha (impostos).

Para criarmos riquezas temos de produzir bens de consumo, a troca simples de papéis não enche barriga. Para crescermos temos de trabalhar muito (ex: China, Coréia, etc) e principalmente seguir a nossa vocação de produtores de alimentos, extensão territorial, terras férteis, boa insolação, umidade, pesquisa eficiente, ou seja, tudo a favor e parece que só nossas autoridades não enxergam este filão.

Sabemos que todo o mercado é norteado pela lei irrevogável, da OFERTA E PROCURA. As crises (falta de dinheiro circulando, inadimplíªncia) diminuí­ram a PROCURA pelo leite e consequentemente a OFERTA aumentou. Os governos responsáveis, que compreendem a importí¢ncia da segurança alimentar, que compreendem a importí¢ncia de manter produtores no campo produzindo e mantendo além de fartura na mesa os preços mais acessí­veis a toda população, voltaram (se é que pararam) a subsidiar fortemente seus produtores. Com o Real valorizado e a importação facilitada, ficou fácil a entrada de leite no paí­s. Na cadeia do leite estamos criando mais postos de serviços em outros paí­ses do que no Brasil.

Há um movimento legí­timo dos órgãos representativos dos produtores junto ao governo federal, no sentido de coibir as importações, no entanto isto não deslancha por uma razão muito simples, o governo não está preocupado com os produtores rurais, só se preocupa com os consumidores (preços baixos nos supermercados).
Nossas autoridades só conseguem ver a Indústria. Querem ver o Brasil um paí­s industrializado, invejando os japoneses, alemães, americanos, os tigres asiáticos… Entendemos que deveriam focar e envidar todos os esforços na produção agropecuária, na qual somos bastante eficientes. Oferecemos significativos postos de serviços, produzimos a custos baixos e somos responsáveis por uma parcela grande do nosso PIB.

Mesmo com a visão distorcida de falsos ambientalistas que não conhecem nada do campo e seguindo artistas que vivem nos sets de filmagens, achando que o mundo é de fantasia tais como as novelas, ainda assim produzimos bem e a comida chega barata a mesa dos brasileiros. Lembramos que ainda dispomos 61% de cobertura vegetal nativa. Porque os paí­ses europeus (adiantados?) nos criticam tanto e dão tantos palpites no nosso código florestal enquanto eles não tíªm código florestal e muito menos florestas?

Se o governo desse o mesmo tratamento í  produção agropecuária, diminuindo os impostos, com fez com a indústria, como a isenção do IPI para a linha branca e os automóveis para estimular o consumo, certamente além de melhor alimentar as pessoas, aumentando inclusive a resistíªncia orgí¢nica e conseqí¼entemente desafogando os órgãos de saúde, manteria e aumentaria os postos de serviço também no campo.

Diante deste cenário é que, alerto todos os produtores de leite que refaçam suas contas, revejam seus investimentos, trabalhem com um máximo de segurança até passar a tormenta que se avizinha, pois promessas não enchem barriga e não pagam empréstimos. Trabalhar com prejuí­zos não é inteligente. Uma certeza é patente, toda tormenta por mais devastadora que seja, passa e dias melhores virão, portanto o importante é sobrevivíª-la.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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