Pressionadas pelos custos para a produção de leite, que tiveram alta de 25% nos últimos seis meses conforme a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, as indústrias gaúchas avaliam aplicar reajuste de 10% ao consumidor nas próximas semanas. Apesar da alta de insumos para a ração animal, como o milho e o farelo de soja, o reflexo não foi sentido com força nas gí´ndolas no último ano, situação que pode mudar agora. –
As indústrias estão absorvendo a alta do custo dos produtores. Vai chegar um momento que teremos de repassar essa diferença ao consumidor – alerta o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul, Darlan Palharini.
Dados do Centro de Estudos e Pesquisas Econí´micas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Iepe/UFRGS) indicam que o litro do leite longa vida no varejo teve queda de 3,76% ante o mesmo período do ano passado. Enquanto em agosto de 2011 o valor médio era de R$ 1,86, em 2012, fechou o míªs em R$ 1,79.
A estabilidade foi acompanhada pelo preço pago ao produtor de acordo com a pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que foi de R$ 0,80 o litro no míªs passado. Para aliviar a pressão do efeito dos custos de produção sobre o setor industrial, Palharini avalia que o preço ideal para o longa vida seria de R$ 1,99.
Conforme o índice semanal da Associação Gaúcha de Supermercados, o litro do leite longa vida teve alta de 2,26% na primeira semana de setembro se comparado com a última semana de agosto, com preço de R$ 1,81, o maior desde maio. Mas o presidente da entidade, Antí´nio Cesa Longo, informa que o mercado está sinalizando nova estabilidade nos valores cobrados. –
Se o preço aumentar e a compra diminuir, a tendíªncia é de que o valor caia novamente, pois quem manda no mercado é o consumidor – observa.
As informações partem do jornal Zero Hora.