A mastite é uma doença que atinge vacas leiteiras e causa a inflamação da glí¢ndula mamária, ocasionando prejuízos í atividade de produção de leite. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Rondí´nia, Juliana Dias, a doença pode provocar diminuição da produção, morte ou descarte precoce de animais e queda na qualidade do produto final. Além das perdas, a infecção pode representar risco í saúde humana devido í eliminação de microrganismos e toxinas no leite consumido.
As bactérias são as principais causadoras da mastite, mas ela também pode ocorrer devido í infecção por fungos, algas e vírus. A doença pode se apresentar de duas formas. A forma clínica é caracterizada por alteração no leite, podendo ocorrer também anormalidades visíveis no úbere, como aumento de temperatura e edema. Já a forma subclínica é caracterizada pela ausíªncia de alterações visíveis a olho nu. “A forma subclínica ocorre com mais frequíªncia sendo responsável por cerca de 70% das perdas, e pode diminuir a produção de leite em até 45%â€, informa Juliana.
Controle
Para o controle da mastite, um conjunto de medidas pode ser aplicado junto ao rebanho, como: realização do teste da caneca telada em todas as ordenhas para o diagnóstico de mastite clínica; realização do California Mastitis Test (CMT) a cada quinze dias para o diagnóstico da mastite subclínica; desinfecção das tetas antes da ordenha; secagem das tetas com papel toalha; realização da ordenha manual ou colocação da ordenhadeira mecí¢nica; desinfecção das tetas após a ordenha e alimentação dos animais para que eles permaneçam em pé até o completo fechamento do esfíncter da teta.
“Para evitar a transmissão da mastite, além do manejo de ordenha adequado, recomenda-se a implantação da linha de ordenha, utilizando como base o resultado do CMT. A linha é estruturada de forma que as vacas negativas sejam ordenhadas primeiramente. Em seguida, as vacas com mastite subclínica e, por último, os animais com mastite clínicaâ€, explica Juliana.
Os animais que estiverem recebendo tratamento devem ser marcados e o leite deles descartado durante o período, para evitar a presença de resíduos no leite do tanque ou latão. Outra medida é a limpeza e manutenção dos equipamentos de ordenha a cada seis meses, visando garantir a sanidade da glí¢ndula mamária. A lavagem do equipamento deve ser feita imediatamente após a ordenha seguindo as instruções do fabricante.
Durante a secagem, o uso de antibióticos específicos em todos os quartos do animal é fundamental para o tratamento de casos subclínicos, adquiridos durante a lactação, e também para a prevenção de novas infecções durante o período seco. A recomendação é que o animal tratado seja acompanhado durante as duas primeiras semanas pós-tratamento. De acordo com Juliana, as vacas com mastite crí´nica não curada não devem ser utilizadas para a produção nem ficar junto com o restante do rebanho.
Prevenção e monitoramento
Para evitar a ocorríªncia da mastite no rebanho, recomenda-se a análise do California Mastitis Test (CMT) ou CCS, ouexame microbiológico do leite, dos animais a serem comprados. O monitoramento da doença deve ser feito através da coleta sistemática de dados de CCS dos animais.
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