#Portalacteo:Cadeia do leite se reúne para discutir tendíªncias e competitividade

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Com a presença de 756 pessoas, o Interleite Brasil 2012 – 12º Simpósio Internacional sobre Produção Competitiva de Leite – foi realizado em Uberlí¢ndia/MG entre os dias 11 e 13 de setembro. O evento foi concebido com o intuito de combinar sistemas de produção, mercado, tecnologia, inovação e gestão, sendo um marco sinalizador para o futuro do setor lácteo. Competitividade foi a palavra de ordem que permeou em quase todas as apresentações. Cerca de 90% do público foi composto de produtores de leite, técnicos e pessoas ligadas ao setor de laticí­nios. Dezesseis estados da federação tinham representantes, sendo 80% de MG, GO e SP.

Antes da abertura oficial do Simpósio, no dia 10/09, o MilkPoint promoveu o 1º Encontro MilkPoint para a Indústria de Laticí­nios, com a participação de 77 representantes dos principais laticí­nios atuantes no Brasil. Eles assistiram palestras do estrategista global do Rabobank, Tim Hunt, que apresentou o cenário mundial e tendíªncias, como uma possí­vel recuperação dos preços no mercado internacional. O professor Andrew Novakovic, da Universidade de Cornell, trouxe também informações importantes como os novos conceitos para a gestão de riscos no que se refere í  volatilidade dos custos de insumos e dos preços do leite nos Estados Unidos.

«í‰ importante que a indústria esteja alinhada com o que acontece no setor, pois qualquer transformação que venha a ocorrer tem que passar pela a indústria», disse Marcelo Pereira de Carvalho, coordenador do MilkPoint e do Interleite Brasil 2012. «O encontro de laticí­nios foi importante por proporcionar uma visão sistíªmica do setor. Se trabalharmos de forma isolada, não vamos chegar em lugar nenhum. Precisamos de ações pré-competitivas» disse Jacques Gontijo, presidente da Itambé e patrocinador master do Interleite Brasil 2012.

Durante o discurso de abertura do evento, Carvalho pontuou as mudanças que vem acontecendo na cadeia do leite como a redução de medidas de apoio ao produtor em paí­ses como Estados Unidos e Europa, o crescimento econí´mico dos paí­ses emergentes e o nivelamento entre vários paí­ses do mundo. «O cenário de baixos custos de produção não existe mais e está ocorrendo perda de competitividade, precisamos olhar para dentro da porteira da fazenda, bem como em medidas mais amplas que garantam a competitividade.»

No caso do Brasil, apenas o potencial de produção não é mais suficiente para termos competitividade. «Precisamos fazer a lição de casa e esse é o objetivo do Interleite», disse Carvalho.

Gontijo contextualizou o momento delicado pelo qual passa o setor leiteiro, com o aumento de preços dos insumos, indústrias com margens apertadas e os grandes volumes importados pelo Brasil. «Quando temos dificuldades, devemos prestar atenção nas oportunidades que surgem», disse.

As palestras de mercado do primeiro dia deixaram a mensagem da necessidade de uma agenda de longo prazo. «Se o objetivo brasileiro é participar do mercado mundial e fazer valer nosso potencial produtivo, temos que trabalhar a eficiíªncia, sistemas de produção, logí­stica, tributação, qualidade do leite, legislação trabalhista, agregação de valor na indústria, poder de barganha e outros fatores que afetam a nossa competitividade», disse Carvalho. As apresentações abordaram as perspectivas para o mercado mundial de lácteos, as mudanças que estão ocorrendo e a capacidade do Brasil de voltar a ser exportador.

E para assistir o produtor, nos dois dias subsequentes, pesquisadores e técnicos renomados proferiram palestras técnicas que abordaram temas como práticas gení´micas no melhoramento genético, manejo de pastagens tropicais, nutrição de precisão, sucessão familiar, gestão de sistemas de confinamento e formulação de dietas. Nos painéis de produtores, casos de sucesso foram mostrados, como a utilização de tricross de raças europeias, integração de sistemas de lavoura e pecuária da Sekita Agropecuária e uso de pastejo irrigado nos Estados Unidos e também na realidade do Ceará e Goiás.

O evento então teve um final surpreendente, com a palestra do produtor Nivaldo Michetti. A apresentação emocionou o público por apresentar sua história, mostrando como o leite mudou sua vida. Michetti relatou momentos de dificuldades vividos no iní­cio de sua trajetória no leite e disse de forma sábia: «Miséria não é nada comparada í  falta de perspectiva». «A partir do momento que vocíª acredita que pode, vocíª já mudou de vida. O leite é uma escravidão, mas é uma escravidão que liberta!», falou em um tom motivador.

Michetti disse que ser produtor de leite lhe proporciona vantagens como ser 100% honesto, ter uma renda mensal, conseguir fazer uma previsão de crescimento e ter liquidez. «A especialização e profissionalização conduz ao íªxito», disse.

No encerramento, o moderador Luis Fernando Laranja Da Fonseca, da Fazenda Santa Andréa, resolveu quebrar o protocolo a deixar o microfone aberto para comentários, mas antes deu seu depoimento pessoal: «O Nivaldo conseguiu tocar cada um de uma forma trazendo o tema liberdade, ganhei minha hora». E assim, uma participante completou: «Eu não ganhei apenas uma hora, eu ganhei a mudança da minha vida hoje».

A entrega do troféu do Príªmio Impacto foi realizada durante a abertura do Interleite Brasil 2012. João Ricardo Alves Pereira, professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, foi o vencedor da edição com 25% dos votos da segunda fase. A premiação é uma iniciativa do MilkPoint e tem como objetivo valorizar profissionais que contribuem com a melhoria da atividade leiteira no Brasil.

Da esquerda para direita: Tatiana Prestes de Barros Araujo (Elanco), Eduardo Valias(Nutron Alimentos) João Ricardo Alves Pereira (homenageado), Marcelo Pereira Carvalho (MilkPoint), Ricardo Cruz (Dow AgroSciences Pastagens) e Jacques Gontijo (Itambé)

João Ricardo Alves Pereira é zootecnista formado pela UNESP em 1991, mestre em Nutrição Animal e Pastagens pela ESALQ/USP (1995) e doutor em Zootecnia pela UNESP/Jaboticabal (1999). Atualmente é professor adjunto da UEPG – PR e professor no curso de Pós Graduação na PUC-PR.

Com disputa bem acirrada, João Ricardo levou o príªmio com muita satisfação. «í‰ uma honra bastante grande receber o príªmio e participar dentre tantos profissionais de releví¢ncia. O Príªmio reconhece as pessoas que estão fazendo um trabalho mais próximo do campo. As vezes não temos a extensão como uma atividade meritória, e o príªmio oportuniza isso», disse ao receber o príªmio.

A premiação só foi viabilizada pelo engajamento das empresas Itambé (Patrocinadora Master), Dow AgroSciencies Pastagem, Elanco, Kera e Nutron (Apoiadoras).

Empresas

O evento ainda contou com um lounge aconchegante onde as empresas patrocinadoras Itambé, Bayer, Elanco, Sebrae, DowAgroSciences Pastagem, OCB, Sistema OCEMG SESCOOP/MG, Nutron, MSD Saúde Animal, SENAR/MG, Sulinox, CRV Lagoa, Vallee, Beraca, Produquí­mica e PwC. Politriz e Totvs apresentaram seus produtos e serviços ao público participante.

Entre os apoiadores estavam a Prefeitura de Uberlí¢ndia, Conavet, Agropecuária Santa Andréa, Rabobank, Sindicato Rural de Uberlí¢ndia, Centroleite, Calu, Capal e as Revistas Leite Integral, Inforleite, Balde Branco e Mundo do Leite.

«O Interleite Brasil 2012 captou o momento de transformação pelo qual o setor passa. Trouxemos uma mensagem de otimismo realista: o momento é complicado, mas é preciso analisar o longo prazo, como disse Makoto Sekita em sua apresentação. Há casos de sucesso, de gente que está fazendo um trabalho muito bom no campo, com alta produtividade, sustentabilidade e, acima de tudo, rentabilidade. Tenho certeza que quem assistiu ao evento saiu de lá com uma nova visão», completou Carvalho.

O Interleite Brasil 2013 já está com data marcada: 10 a 12 de setembro de 2013, em Uberlí¢ndia/MG, devendo ter um foco bastante grande em gestão.

A matéria é de Bia Ortolani, da Equipe MilkPoint.

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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