#Paulo Sant’Ana: «Ainda o leite envenenado»

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Leio que o preço do leite aumentou para todos nós depois que flagraram alguns distribuidores adicionando formol ao produto.

Então agora ficamos sabendo que o preço do leite envenenado era mais barato para nós.

Vejam a sinuca em que nos metemos: ou pagamos mais caro para o novo leite, teoricamente puro, ou pagamos mais barato pelo leite antigo e envenenado?

Resta saber se o leite antigo era envenenado por ser mais barato ou se era mais barato porque era envenenado.

E í s vezes eu desconfio que prefiro leite envenenado mais barato a leite puro com preço aumentado.

E qual foi a sorte daqueles patifes que envenenavam o leite e lucravam fortunas com o envenenamento?

Devem estar impunes e podem ter-se corrigido. Neste caso, agora estão lucrando mais com o novo leite teoricamente genuí­no.

Ou seja, na hipótese anterior, os patifes lucravam adicionando formol ao leite envenenado, mas agora passaram a lucrar com o novo leite de preço aumentado.

Em todas as hipóteses, ferra-se o consumidor, já repararam?

E locupletam-se os fornecedores e distribuidores.

Esses dias vi uma pessoa num bar do Centro perguntar ao atendente: “O senhor não poderia me servir uma taça de café com leite antigo, confesso-lhe que estou com saudade do formol”.

E quem necessitar comprar formol numa farmácia não corre o risco do produto estar misturado com leite?

Alguém disse que no fim de toda aquela novela da falsificação do leite quem iria ser considerada culpada era a vaca.

Sempre pensei que a vaca, coitada, só produz leite na suposição de que seu produto vá alimentar o seu terneiro e não os humanos.

Por sinal, depois que o leite brota da teta da vaca, vejo agora que só o terneiro não corre risco de tomar leite misturado com formol. Depois que o leite é apoderado pelo estancieiro, desde a fazenda, passando pela usina de tratamento e sendo transportado por caminhões, o leite contém o risco de ser falsificado.

Só quem não corre risco, repito, portanto, é o terneiro, que, ao apojar na teta da vaca o leite que o sustenta, tem o privilégio único e exclusivo de beber leite puro, genuí­no, sem contato com a mão humana, que sempre carrega o potencial da fraude.

Se não fosse pela possibilidade quase certa de ser no futuro eliminado num matadouro, eu preferiria ter nascido terneiro. Beberia leite sem formol, quentinho, saí­do diretamente da teta da vaca, privilégio também exercido pelos bebíªs que mamam nas mamicas de suas mães leite puro, sem que tenham de suportar o amargo aumento de preço do produto que sofremos atualmente nós, os consumidores em geral.

O corre-me também agora que eu nunca deveria ter deixado de ser bebíª. Vida mansa. Porque depois que me lancei í  infí¢ncia, í  maturidade e í  velhice, só arranjei complicações.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/07/paulo-sant-ana-ainda-o-leite-envenenado-4217232.html

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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