#Paí­s deve investir R$ 201 bi para suprir produção

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A pecuária brasileira corre atrás dos indicadores de produção que a colocarão como a principal atividade apta a suprir uma demanda crescente. í‰ por essa exigíªncia que os especialistas recomendam que os criadores de gado de corte façam mais do que a lição de casa, mas que se esforcem para ficar acima da média da produção de proteí­na bovina. “Estar na média é bom para o seu concorrente. Tem que estar acima da média porque quem está ali sai da atividade”, recomendou o consultor Luciano Roppa durante sua palestra na abertura da etapa de Campo Grande do Circuito Feicorte 2013. Além de intensificar a agropecuária dentro da porteira, o Brasil deveria investir ao menos R$ 201 bilhões em infraestrutura e logí­stica para comportar o incremento de produtividade na próxima década.

A apresentação do titular da Roppa Consulting detalhou o panorama mundial da produção de carne bovina, balizando as atividades pelas pressões de mercado. Entre elas, destaque para a concorríªncia com a produção de energia. “A produção de etanol de milho nos Estados Unidos mudou o mercado”, afirmou Roppa. 40% da produção total do cereal norte-americano (120 milhões de toneladas) deixaram de ser utilizados na alimentação animal para produzir biocombustí­vel

í‰ por questões como essa que o estoque de grãos do mundo cai a um ní­vel alarmante. A média dos últimos 25 anos é a formação de um estoque em torno de 25% do ní­vel de consumo. Mas a seca em importantes regiões produtoras e as novas destinações dos insumos diminuí­ram os estoques de grãos para 16% em 2012, o menor da história.

Como consequíªncia, o custo de produção foi elevado para todas as cadeias produtivas. Desde 2000, produzir cereais ficou 189% mais caro. O produtor de leite desembolsa 110% a mais, enquanto os criadores observaram crescimento de 85% nos custos. O cenário forçou a saí­da dos agentes menos eficientes, concentrando a produção nas mãos dos mais capacitados. As indústrias também se concentraram para buscar eficiíªncia e, a partir dos anos 2000, várias fusões ocorreram. Hoje, 37% dos abates estão nas mãos das tríªs principais indústrias.

Quem também sentiu as mudanças dos custos foram os consumidores. O preço dos alimentos subiu 140% entre janeiro de 2000 e março de 2013. No entanto, a demanda segue aquecida, não só pela quantidade, como pela qualidade. Isso se explica pelo fato de que 40% da população mundial vive em paí­ses cuja economia cresce ao menos 7% por ano. Por isso a exigíªncia quanto í  sustentabilidade, qualidade, garantia de origem e segurança, continuará cada vez mais interferindo dentro da porteira. “Esse consumidor está afetando o sistema produtivo. Na Europa, desde janeiro de 2013, galinhas poedeiras não podem mais ficar presas em gaiolas. Devem ser criadas soltas. O mesmo acontece com as suí­nas que estão prenhes. Elas precisam estar soltas”, ilustrou Luciano Roppa.

Para o produtor, o que será obrigatório dentro de sua fazenda é a aplicação de tecnologia com inteligíªncia, a mensuração de seus indicadores (“Vocíª só melhora aquilo que vocíª mede”, cobra Roppa), a gestão de pessoas (“Representam de 2% a 5% do custo, mas 100% do sucesso”, revela o consultor) e a integração lavoura-pecuária como forma de diminuir os custos de produção de pastagens.

USO DAS PASTAGENS

Dos 105 milhões de hectares de pastagens no Brasil, cerca de 50% estão degradados ou em processo avançado de degradação. Por não conseguir custear sozinho a reforma dessas áreas, os pecuaristas saem da atividade por não conseguirem competir com a agricultura. Até 2020, 12% dos grãos produzidos em todo o mundo serão usados para produzir etanol. Neste mesmo perí­odo, 16% de todo o óleo vegetal será usado no processamento de biodiesel. “Há dez anos, nós (pecuaristas) não tí­nhamos a concorríªncia da energia”, reforçou Roppa. Por isso, daqui para frente o que será observado é a volatilidade dos preços da ração, que jamais voltarão aos patamares observados em 2005.

A lotação também terá que ser mais eficiente. Na palestra, Roppa citou um estudo que detectou que do rebanho de mais de 60 milhões de matrizes, 8,89 milhões não emprenharam. “Ou seja, 8,9 milhões de animais consumiram pastagens, não foram pro abate, nem produziram bezerros”, reprovou o palestrante. De 1985 até 2011, a pecuária passou 11 milhões de hectares para a agricultura. Em duas décadas daqui em diante, serão mais 15 milhões de hectares migrados da produção bovina para a agricultura.

Como o aumento do custo da alimentação animal é um caminho sem volta, resta atentar-se para outros custos representativos. Na pecuária de corte, a reposição representa 32,5% dos custos, o que indica que o produtor será mais eficiente se fizer a reposição com animais de boa procedíªncia genética. No entanto, a aquisição de animais com bom potencial para produção de carne é uma missão difí­cil. Dos cerca de 2,1 milhões de touros usados no rebanho brasileiro, acredita-se que apenas 3% a 5% sejam avaliados geneticamente, o que dificulta todo o ciclo produtivo.

LOGíSTICA

Outro grande entrave da agropecuária nacional é a falta de infraestrutura e logí­stica. Para dar conta de atender todas as demandas de estruturas portuária, de armazenagem e transporte rodoviário e ferroviário, seria necessário investir R$ 201 bilhões ainda dentro da próxima década. “No entanto, precisa ser feito com planejamento. Não adianta só aplicar o capital de forma desordenada”, atenta Roppa.

“O agronegócio brasileiro fez sua lição e construiu paredes e teto  sólidos. Faltou as autoridades cumprirem o papel de construir o alicerce”, lamentou o consultor.
http://www.folhacg.com.br/noticias-ler/pais-deve-investir-r-201-bi-para-suprir-producao/4155/

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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