#MP recebe inquérito sobre a fraude do leite em Três de Maio, RS

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Acusados responderão por formação de quadrilha e adulteração de comida. Advogados dos 4 transportadores disseram que não receberam notificação.

 

Foram apreendidos três resfriadores de leite, que não podem ser usados por transportadores (Foto: Marjullie Martini/MP)Foram apreendidos 3 resfriadores de leite em Três Passos, onde ocorria fraude (Foto: Marjullie Martini/MP)

 

O Ministério Público de Três de Maio, no Rio Grande do Sul, recebeu nesta terça-feira (26) a investigação feita pela Promotoria Especializada Criminal de Porto Alegre sobre a fraude do leite ocorrida no município da Região Noroeste do estado. Foram denunciados o chefe do grupo, o transportador Airton Reidel, a mulher dele, Rejane Dias, e os sobrinhos Roberto Carlos Baumgarten e Laércio Rodrigo Baumgarten.

 

Os acusados vão responder pelos crimes de formação de quadrilha e adulteração de produto alimentício. «A partir de agora eles serão ouvidos, e a Justiça vai recolher provas», disse o promotor de Justiça, Pablo da Silva.

 

A investigação apontou que o líder da quadrilha era Airton Reidel. A mulher dele era a proprietária de todos os bens da família, muitos adquiridos com o dinheiro da fraude. Os sobrinhos eram os motoristas que transportavam o leite.

 

Além dos crimes de formação de quadrilha e adulteração de produto alimentício, o casal vai responder por lavagem de dinheiro. Só por este crime, a pena máxima pode chegar aos 10 anos de prisão. O advogado dos acusados garante que os produtos químicos encontrados durante a operação eram utilizados para a limpeza dos tanques.

 

«Eles usavam tanto a água oxigenada como a soda cáustica para limpar os caminhões em concentração baixa. Então agora vamos esperar para ver a denúncia e saber por quais motivos estão sendo acusados», disse o advogado Juarez Antônio da Silva.

 

A terceira etapa da Operação Leite Compensado foi realizada no início deste mês. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na casa e empresa do transportador em Três de Maio. A suspeita é de que era utilizada água oxigenada para aumentar a durabilidade do leite. Airton Reidel foi preso no dia da operação por porte ilegal de arma.

 

Entenda o caso

O promotor Mauro Rockenbach disse que a empresa LBR, que representa a marca Bom Gosto no Rio Grande do Sul, identificou o problema ao receber o produto e acionou o Ministério Público. A partir daí, a investigação em cima deste transportador se iniciou.

 

«Não temos como afirmar que este produto tenha chegado até a população. A indústria está mais criteriosa com a fiscalização dos produtos. Identificou a mistura, não recebeu a carga e nos avisou», disse ao G1 o promotor.

 

Segundo o Ministério Público, três relatórios de um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura apontaram presença de água oxigenada, o que é proibido pelas normas da Anvisa. De acordo com os laudos de carga de leite da Laticínios Bom Gosto, duas delas, transportadas pelo Transportes Reidel & Dias Ltda, foram rejeitadas em 12 e 15 de outubro devido à presença de peróxido de hidrogênio.

 

A Comércio de Laticínios Mallmann Ltda rejeitou uma carga em 14 de outubro. No laudo, a empresa afirma: “lembramos que análise positiva para peróxido de hidrogênio é fraude. Por meio da adição de peróxido de hidrogênio (Água Oxigenada), uma ação fraudulenta ao leite, busca conservar suas propriedades físico-químicas, inibindo o desenvolvimento de microrganismos contaminantes. Esse tipo de fraude mascara deficiências da higiene nas etapas de ordenha, acondicionamento e transporte”.

 

Conforme o promotor, o leite que era rejeitado pela indústria era repassado para queijarias. Três queijarias receberam ação do Ministério Público e da Secretaria da Saúde.

 

Mauro Rochemback disse que foram encontrados no depósito onde o transportador fazia a adulteração do leite diversos produtos químicos, como sal de cozinha, e outro que servia para testar a acidez do leite ainda 50 litros de soda cáustica. Ainda foram encontrados 50 litros de soda cáustica na casa do empresário. Também foram apreendidos três caminhões e três resfriadores, equipamento que só é permitido para produtores de leite e indústria, não por transportadores. Na casa do casal também foi encontrada uma arma calibre 32, registrada no nome de outra pessoa. O dono da residência e líder do grupo foi preso em flagrante. Em Nova Candelária, foram encontrados outros 50 litros de soda cáustica.

 

Devem ser denunciados por associação criminosa e lavagem de dinheiro o empresário, de 31 anos, a esposa dele, de 32 anos, que sabia da atividade e adquiria produtos com o dinheiro do crime, e dois sobrinhos, que eram os motoristas. Também foi cumprido um mandado de busca e apreensão na cidade de Nova Candelária, onde morava um dos motoristas.

 

«Recebemos este novo caso de adulteração com espanto. É inadmissível que isso ainda esteja acontecendo depois de tudo que foi identificado nas outras operações. Ainda há transportador adulterando o leite. Isso é a prova da ganância em detrimento à saúde da população», disse o promotor.

 

 

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/11/mp-recebe-inquerito-sobre-fraude-do-leite-em-tres-de-maio-rs.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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