Da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), que contou com a participação das instituições governamentais, não governamentais, movimentos sociais, representações dos agricultores familiares e assentados de reforma agrária do referido território. A reunião foi fruto do encontro do Núcleo Diretivo do Colegiado Territorial ocorrida no último dia 14 de janeiro.
A reunião foi iniciada com a fala do Secretário Esmeraldo Leal Santos, que saudou os participantes falando da importância do evento, do seu desejo de compartilhar informações de interesse do território e agradeceu o apoio histórico que sempre recebeu dos colegiados territoriais.
Os conteúdos foram centrados nos programas de distribuição de sementes, mecanização agrícola, além da questão do custo de produção e preço do leite. Os temas foram apresentados pelos técnicos da Emdagro Sandro Kruger (Mecanização Agrícola); Gismário Ferreira Nobre Diretor Técnico (Sementes) e José Gomes Filho (custo de produção e preço do leite).
Mecanização Agrícola
Em relação à mecanização agrícola que tem a coordenação da Seides e execução da Emdagro, técnicos e agricultores ressaltaram sua importância e destacaram também, a necessidade de uma avaliação dos seus instrumentos para que essa política possa de fato obter resultados ainda mais conseqüentes, através da agilidade das ações, redução da burocracia, ampliação do número de beneficiários, melhoria dos valores pagos por hora máquina aos tratoristas e melhoria nos critérios de seleção.
Outro ponto sobre a mecanização agrícola fez referência à criação de um cartão social que já vem sendo discutido pelos técnicos da Emdagro e pelo novo Secretário de Estado da Agricultura. A possibilidade de utilização desse cartão social agradou aos agricultores porque irá evitar algumas dificuldades enfrentadas. “Com o cartão vai facilitar muito nosso trabalho porque vamos preparar o solo e plantar também, no tempo certinho”, destacou Sandro Kruger.
Segundo ele, o cartão social já é uma realidade nos diversos programas do governo, a exemplo do garantia safra e bolsa família e sua discussão está cada vez mais acentuada, com a participação efetiva de todos os movimentos sociais e representações das organizações dos agricultores familiares e assentados de reforma agrária. “Porém, existe muita burocracia para executar as políticas públicas e são várias as ações para se chegar a concretizar a mecanização agrícola” frisou o técnico, ressaltando que a importância da participação dos beneficiários e de suas organizações em todas as etapas do programa pode evitar riscos de distorções.
Distribuição de Sementes
Quanto ao programa de sementes, as questões mais fortes foram os quantitativos distribuídos para os agricultores anualmente e ainda sua chegada em tempo hábil. O diretor da Emdagro observou que para 2015, cada beneficiário do programa irá receber 20 kg de milho e 10 de feijão, sendo contemplados 20 mil agricultores familiares e assentados de reforma agrária, com um total de 926.829 toneladas de sementes, sendo 620.720 de milho e 306.109 de feijão.
Além de milho e feijão, serão distribuídas sementes de sorgo e milho crioulo. Do quantitativo de 926.829 toneladas. Desse total, 400 mil kg estão destinadas para o Território da Cidadania Alto Sertão com a previsão de chegada no próximo mês de março.
Segundo o diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Emdagro, Gismário Nobre, em relação às sementes, existem alguns requisitos técnicos que devem ser respeitados e que não se pode fugir. Ele observa ainda que existem sementes que não estão zoneadas para a região do Alto Sertão e o que está sendo negociado com a Conab é semente tipo variedade Catingueiro, porque já faz parte do zoneamento realizado naquele território.
Seagri
Diante das apresentações e discussões das temáticas, o secretário de Estado da Agricultura (Seagri), Esmeraldo Leal Santos, compartilhou as informações passadas e encaminhou alguns procedimentos. “Enfrentamos alguns problemas para operacionalizar as políticas públicas e uma delas são as leis que muitas vezes prejudicam principalmente os pequenos que não conseguem adequar-se, além da questão dos recursos que nem sempre estão na Secretaria, mas em outras, a exemplo da Seides, com quem irá negociar para resolver algumas questões”, disse.
O secretário destacou ainda que o programa de sementes é muito importante e, por isso, é necessário trabalhar melhor seus instrumentos para que se possa responder as expectativas dos beneficiários, devendo o mesmo ocorrer com programa de mecanização agrícola e a questão do leite.
Quanto ao programa de mecanização agrícola, Esmeraldo frisou que outros pontos importantes da discussão, a respeito da criação do cartão social para a mecanização agrícola, era um desafio, mas que irá se empenharia em defendê-lo diante das instituições envolvidas.
O Secretário abordou ainda a questão da taxação dos produtos derivados do leite, a exemplo do queijo que está entrando no Estado a um custo muito alto. Segundo ele, a secretaria já elaborou e encaminhou documento à Secretaria de Estado da Fazenda, solicitando providências. No tocante às sementes, Esmeraldo colocou que vai negociar junto à Seides a criação de bancos de sementes de milho (grãos), por essa uma questão de fundo; os recursos hídricos são importantes, pois não pode ser separado da produção.
Por fim, afirmou que tudo depende de muitas articulações e negociações; não é seu pensamento ficar apagando fogo com medidas fragmentadas. “Pretendemos trabalhar a agricultura como um todo e com a participação de todos para construir um plano estadual de agricultura de forma articulada e não uma agricultura de caixinhas”, destacou.
Dentre as instituições presentes tivemos a Emdagro representada pelo Diretor Técnico Gismário Ferreira Nobre, gestores de programa Abeaci dos Santos e Izildinha Aparecida Dantas, gestora regional da Emdagro em exercício, Rita Selene Quixadá e as equipes locais de Monte Alegre de Sergipe e Canindé de São Francisco com os respectivos técnicos José Gomes, Maria das Graças Silva e Márcio Conceição Santana. Além da Emdagro, marcaram presenças MST/CFAC, MPA, INCRA, Conselhos Municipais, Associações de Agricultores Familiares e Assentados de Reforma Agrária, Secretárias Municipais de Agricultura de Monte Alegre de Sergipe, Canindé de São Francisco, Gararu, Poço Redondo e Nossa Senhora da Glória, Sindicatos, ICEFASE, FEACOM, CDJBC, SASAC, Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico de Nossa Senhora da Glória e a Assessoria do Deputado Federal João Daniel, Carlos Antonio Siqueira Fontenelle.
por Agência Sergipe
