#Leite: Linha do Tempo

O leite distribuído de forma gratuita para a população mais carente foi uma ideia posta em prática por José Sarney, enquanto presidente da República, entre os anos de 1985 e 1990.
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O leite distribuído de forma gratuita para a população mais carente foi uma ideia posta em prática por José Sarney, enquanto presidente da República, entre os anos de 1985 e 1990. Não atingia todos os municípios brasileiros, mas já era visto como uma forma de diminuir a miséria nas cidades mais pobres e reduzir os índices de mortalidade infantil, apesar de ter sido encarado como “manobra política”.

Em 1991, porém, no primeiro ano do seu mandato, o presidente Fernando Collor de Melo extinguiu o programa em nível nacional. Entretanto, foi mantido em algumas cidades brasileiras financiado pelo Ministério da Saúde como uma forma de complementação da alimentação e de enfrentamento à desnutrição, que vitimava, principalmente, os recém-nascidos nordestinos. Até a primeira suspensão oficial, em 1993, o Programa Nacional do Leite, mesmo com críticas à qualidade do produto oferecido, atendia cerca de 50 mil famílias em Natal. A distribuição, porém, foi paralisada pela Prefeitura Municipal de Natal por falta de pagamento aos fornecedores. O Executivo Municipal alegava que o Ministério da Saúde atrasava os repasses.  Acompanhe abaixo a sucessão de acontecimentos desde que o Programa do Leite foi implantado no Rio Grande do Norte. Apesar da melhoria proporcionada por esta ação social, alguns problemas enfrentados há duas décadas, permanecem.

Abril de 1994
O recém-eleito governador Garibaldi Alves Filho afirma que a primeira providência como governadora será reativar o Programa do Leite para combater a desnutrição. Antes do final do ano, o Governo retoma o Programa paulatinamente.

Setembro de 1995
O Governo do Estado a expansão do Programa para 100 municípios. Hoje, o Estado atende 28 cidades e a União 40. Pelo Programa do Leite, 22.710 litros já são entregues diariamente.

Junho de 1996
A Prefeitura de Natal anuncia verbas de R$ 3 milhões para reativar imediatamente o Programa do Leite em Natal. No nível estadual, empresários do setor defendem o aumento do valor pago pelo litro. A meta do Governo do Estado é distribuir um milhão de litros de leite. Ao final do ano, mais de 1,2 milhão já eram distribuídos.

Outubro de 1997
O Programa do Leite passa a atender 123 municípios, totalizando uma distribuição diária de 67.335 litros. Mensalmente, o Governo do Estado entrega 2.034,550 litros, ao custo mensal de R$ 1,4 milhão. Por dia, o Estado investe cerca de R$ 47 mil no Programa do Leite.

Julho de 1998
A mortalidade infantil caiu cerca de 60% desde 1995. O Programa do Leite chega a 32 escolas de Natal e passa a cobrir todo o estado. O Programa gerou 30 mil empregos desde 1955. O Governo do Estado investe cerca de R$ 330 mil para distribuir 16 mil litros de leite por dia nas 32 escolas de Natal.

Agosto de 1999
O Programa do Leite comemora quatro anos. Em abril de 1995 eram três usinas de leite e hoje são 18. Pouco mais de 101 mil litros de leite eram distribuídos em 10 municípios em abril de 95. Quatro anos depois, a distribuição diária cresceu 40 vezes.

Junho de 2000
Produtores rurais elevam renda com a venda do laticínio. A renda média dos pequenos, médios e grandes pecuaristas cadastrados no Programa do Leite é de R$ 2.546,00 mensais. Desde o trabalhador que cuida do rebanho ou da ordenha, foram criados 6.620 postos de trabalho nas propriedades.

Janeiro de 2001
Comitiva do Governo do Estado seguirá para Rio do Fogo para averiguar a regularidade da distribuição de 640 litros de leite. Durante inauguração de uma agência postal na cidade, o governador Garibaldi Alves Filho foi surpreendido por informações de que o leite não estava mais sendo distribuído.

Março de 2002
Uma parceria da Pastoral da Criança com o Governo do Estado na distribuição do leite faz a mortalidade infantil cair de forma vertiginosa no estado. O número de crianças mortas, para cada mil nascidos vivos, caiu de 88 para 17.

Abril de 2003
O deputado Elias Fernandes (PMDB) desistiu de compor, como suplente, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar possíveis irregularidades na execução do Programa do Leite.

Abril de 2004
O deputado Nelter Queiroz (PMDB) denuncia irregularidade no Programa do Leite em Jucurutu. O prefeito da cidade, Luciano Lopes, deixou de distribuir leite às crianças e idosos cadastrados no programa gerenciado pela Sethas em quatro dias da Semana Santa.

Julho de 2005
O subsecretário da Sethas, Fernando Freitas, admitiu que o Programa do Leite tem falhas pontuais. O presidente da Anorc, José Bezerra Júnior, levantou suspeitas sobre a qualidade do leite distribuído às famílias carentes.

Outubro de 2006
O deputado José Dias (PMDB) na Assembléia Legislativa, que o Programa do Leite está com “sua morte anunciada” e que pode vir a ser extinto se Wilma de Faria (PSB) for reeleita. “Não há dúvida que existe a intenção de acabar com o Programa do leite. Não estou me baseando em opinião de terceiros. Estou lendo o Diário Oficial do dia 4 de outubro, página 19”, afirmou, referindo-se à data na qual foi publicado o último aditivo do contrato relativo ao benefício.

Setembro de 2007
O deputado José Adécio (DEM) sugeriu que o governo estadual implante o cartão eletrônico para que os 136 mil beneficiários do Programa do Leite recebam diariamente, inclusive em supermercados, um litro de leite tipo “C”. A medida vai acabar, segundo o deputado, com os atrasos no repasse dos recursos para os produtores de leite do Estado, apesar de os laticínios receberem o pagamento em dia por parte do governo.

Abril de 2008
O presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), José Bezerra de Araújo Júnior, voltou a criticar o Programa do Leite do Governo do Estado, agora pela baixa remuneração paga ao produtor e não mais pelos desmandos ocorridos anteriormente. O governo paga às usinas R$ 1,24 pelo litro de leite de vaca e R$ 1,51 pelo litro de leite de cabra.

Maio de 2009
A maioria dos produtores de leite do Estado do Rio Grande do Norte não observa as regras de higiene na ordenha do leite e de segurança no transporte do produto. As informações constam de um estudo gerido pelo Sebrae, através do professor Fernando Viana Nobre. De acordo com o relatório, apenas 26% dos produtores realizam “algumas práticas higiênicas”. O restante ou não pratica nenhuma medida (38,3%) ou faz uma higienização insuficiente (35,7%).

Maio de 2010
O secretário estadual do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas), Gercino Saraiva, afirmou ontem que a não votação do projeto que amplia a margem de remanejamento do OGE pelos parlamentares ameaça parar o Programa do Leite, considerado um dos principais do estado. Ele assinalou que a Sethas já acumula uma dívida de quase R$ 6 milhões relativos ao pagamento da segunda quinzena de abril (R$ 2,9 milhões) e da primeira quinzena de maio (R$ 2,9 milhões) e alguns dos produtores já pararam os trabalhos por falta de recursos para dar continuidade à produção.

Janeiro de 2011
O Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado (Sindleite/RN) realizou uma reunião a portas fechadas na Fiern para discutir a situação do Programa do Leite. Apesar de dizerem que vivem uma situação de penúria diante dos atrasos no pagamento deixados pela gestão passada, os industriais se recusaram a falar com a reportagem da TRIBUNA DO NORTE sobre os resultados do encontro. Respostas somente após encontro com os representantes do governo.

Janeiro de 2012
A pecuária leiteira sofreu com os atrasos no pagamento do programa do leite. “Chegamos a pensar que 2011 seria um ano extraordinário para a pecuária leiteira, em função do bom inverno, mas nos enganamos. Os atrasos no pagamento levaram os produtores a reduzir a produção de leite em quase 50%. O programa é a base da cadeia leiteira. Se ele vai mal, toda a cadeia vai mal”, afirma Marcos Teixeira, presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc).

Julho de 2013
O Governo do Estado, após período de crise com produtores e usinas de beneficiamento de leite, autoriza o reajuste do litro distribuído a través do Programa do Leite para R$ 1,80. O número de beneficiados cai de 155 mil para 110 mil no estado.

Dezembro de 2014
A Câmara Técnica Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e derivados lança a Proposta de Resgate da Pecuária Leiteira do RN, orçada em R$ 14,5 milhões.

http://tribunadonorte.com.br/noticia/linha-do-tempo/300895

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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