#Leite começa a render

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Com os maiores preços dos últimos cinco anos, produção leiteira volta a gerar lucros
Os produtores de leite estão sendo recompensados com os preços recebidos nas últimas semanas das indústrias de laticí­nios. Os preços são os maiores dos últimos cinco anos, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola de Agronomia Luí­s de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). O preço bruto, incluí­do o frete e 2,3% de Funrural, é saudado pelos produtores goianos. Pelas pesquisas do Cepea levantadas em maio, o preço bruto alcançou R$ 0,985, o litro, na média ponderada pelo volume captado em abril. O levantamento ocorreu em Goiás, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia. O reajuste foi de 3,5% sobre o míªs anterior. O preço lí­quido recebido pelo produtor aumentou 3,75%, acréscimo de R$ 003,3 por litro, que passou da média de R$ 0,9094.

Gilson Costa, produtor em Itaberaí­, comemora a reação nos preços do litro do leite. No ano passado, Costa estava desolado com os altos custos dos insumos destinados ao rebanho leiteiro e com os preços recebidos. Se para o Cepea, a elevação decorre da baixa oferta de leite nas fazendas, para Gilson Costa «muita gente deixou a atividade motivada pelos altos custos da mão-de-obra». Criador de gado holandíªs e produzindo um leite do mais alto padrão de qualidade e de bom volume, ele está recebendo R$ 1,10 por litro. Sua produção ascende a 1.800 litros diários. Ao contrário do ano passado, quando chiou por causa dos altos custos dos insumos, nesta safra os preços da ração estão estáveis. A mão de obra, no entanto, oscila de R$ 1.600 a R$ 2.200 e não encontra pessoal para trabalhar no meio rural.

Pedro Alves de Oliveira, presidente da Associação Goiana dos Criadores de Gado da Raça Holandesa, entidade vinculada í  Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), acha que «os preços pagos aos produtores pelo litro de leite estão interessantes», mas demonstra outras preocupações relativas ao futuro próximo. Em sua opinião, se ocorrerem exportações mais acentuadas do milho e da soja, haverá tendíªncia de baixa nos preços do leite. «Daí­ a ração sobe e volta todo o problema de antes», acredita esse criador de gado holandíªs no municí­pio de São Miguel do Passa Quatro. Pedro não se entusiasma, explicando que a indústria de laticí­nios estoca o leite em pó e «depois força a baixa», prejudicando os produtores.

Segundo Gí­lson Costa, na Região de Itaberaí­ cresceu a procura por matrizes leiteiras de melhor padrão genético. Uma matriz leiteira que era vendida entre R$ 2.500/R$ 3.000 agora ascende de R$ 4.000 ou R$ 5.000. Na avaliação de Pedro Alves de Oliveira, o mercado de vacas leiteiras não reagiu, pelo menos em sua região. Ele conta inclusive que anteriormente, o criador ia ao banco, tomava o financiamento para a compra de matrizes leiteiras, entre elas das raças Gir, Holandesa ou Jersey. Hoje, esse produtor não está investindo. «Ninguém quer correr o risco», avalia. Pedro Alves de Oliveira sugere aos produtores de maneira geral que se informem mais sobre o mercado, suas tendíªncias e se inteire da gestão de negócios.

Com relação í  mão-de-obra no campo, concorda com Gilson Costa. E relata que em recente encontro com o governador Marconi Perillo, em audiíªncia na sede da SGPA durante a 68ª Exposição Agropecuária de Goiás, sugeriu o treinamento dos criadores e seus filhos, por intermédio dos técnicos e extensionistas da Agíªncia Goiana de Assistíªncia Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). Segundo ele, a Emater dispõe de uma extensa rede de escritórios locais e reagionais disseminada por todo o interior do Estado e poderia dar cursos objetivando a melhoria da mão-de-obra rural. O presidente do Holandíªs adiantou, ainda, que procurou também o prefeito de São Miguel do Passa Quatro, sugerindo a realização de aperfeiçoamento dessa mão-de-obra no campo, através de convíªnios com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Emater. «Estou aguardando a resposta,»concluiu.

Tendíªncias

Os pesquisadores do Cepea chamam a atenção também para o fato de que os custos de produção no campo começaram a recuar com a baixa dos preços da alimentação concentrada. No entanto, o custo operacional efetivo – média de sete estados – de abril esteve 11% maior que no mesmo míªs do ano passado, o que mantém o alerta no que diz respeito ao controle dos gastos. Por sua vez, o leite valorizou 13% entre maio/12 e maio/13 – evolução dos preços nominais.

Para os próximos meses, a expectativa de representantes de laticí­nios/cooperativas é que os preços continuem firmes ou mesmo em alta. Mais da metade dos compradores ouvidos pelo Cepea (55,1%), que representam 51,6% do leite amostrado, acredita que haja no aumento no pagamento de junho e 43,6% (que representam 48,1% do volume captado) indicam estabilidade de preços. Somente 1,3% dos agentes acreditam em queda para junho.

O mercado atacadista de derivados em São Paulo também reflete a oferta mais enxuta de matéria-prima. Muitos representantes de laticí­nios/cooperativas comentam que estão aumentando os preços de seus produtos justamente para diminuir as vendas, no receio de não conseguir cumprir as entregas. Em maio (cotação até o dia 28), o leite UHT teve média de R$ 2,10/litro e o queijo mussarela, de R$ 11,98/kg, variações de 1,3% e 1,6% em relação a abril, respectivamente. Essa pesquisa do Cepea é realizada diariamente com laticí­nios e atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticí­nios (CBCL).

Levantamentos do Cepea mostram que o preço bruto pago ao produtor, em maio, em Goiás, continuou sendo o maior entre os Estados que compõem a «média Brasil», com o litro cotado a R$ 1,0351, alta de 1,5% em relação a abril (R$ 0, 01,5 centavo/litro). O segundo maior preço foi registrado em Minas Gerais, onde a média foi de R$ 1,0069/litro, acréscimo de 3,6% (ou R$ 0,03,5 centavos/litro). Na sequíªncia, o estado de São Paulo teve reajuste de 4% (R$ 0,03,8 centavos), com o litro a R$ 0,9956. O preço bruto no Paraná aumentou 3,8% (R$ 0,03,5 centavos/litro) e alcançou R$ 0,9599/litro de média. Em Santa Catarina não foi diferente: aumento de 3,9% (R$ 0,03,6 centavos/litro) e a média a R$ 0,9498/litro. Por fim, os estados da Bahia e do Rio Grande do Sul também apresentaram aumentos. No primeiro, o avanço foi de 1% (ou R$ 0,00,9 centavo/litro) e, no segundo, de 3,9% (ou R$ 0,03,4 centavos/litro), alcançando as médias de R$ 0,9301 e R$ 0,9075/litro, respectivamente.

Nos Estados que não compõem a «média Brasil» considerada pelo Cepea, o maior preço foi verificado no Estado do Rio de Janeiro, onde o litro alcançou R$ 1,0423, aumento de 3% (ou R$ 0,03 centavos/litro). Na sequíªncia esteve o Ceará, com média estadual de R$ 1,0176/litro, variação de 2,2% (R$ 0,02,1 centavos/litro). A maior alta ocorreu no Espí­rito Santo, de 8,2% (ou R$ 0,07,5 centavos/litro), onde a média foi para R$ 0,9900/litro. Em Mato Grosso do Sul o aumento também foi grande, de 6,5% (ou R$ 0,05,6 centavos/litro) e o leite chegou í  marca de R$ 0,9288 em maio.
http://arquivo.dm.com.br/texto/gz/118212

 

 

 

 

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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