Alvos de uma operação da Polícia Federal desencadeada nesta quarta-feira (17), servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspeitos de corrupção na fiscalização do leite no Rio Grande do Sul também seriam responsáveis por alertar empresários do setor sobre datas de fiscalização, segundo a corporação. O indício, considerado «grave» pela PF, foi apurado na investigação que culminou na prisão de um servidor aposentado e no afastamento de outros quatro funcionários.
De acordo com a PF, o grupo cobrava valores entre R$ 3 mil a R$ 5 mil por mês para não denunciar o esquema. Em alguns casos, ele chegaram a cobrar 13° salário de certas empresas. «E temos uma sinalização bastante grave que diz respeito ao alerta que membros da fislcaização passavam a indústrias sobre investidasdas da fiscalização regional. Sabiam que na data tal receberiam visita de fiscais», afirmou o superitendente da corporação no estado, Sandro Caron de Moraes.
Segundo ele, entre os próximos passos do inquérito está interrogar os donos das empresas citadas na investigação. «Vamos intimar representantes de indústrias para esclarecer, mas isso é comum em todas as investigações. É importante também que as pessoas que trabalharam em empresas e presenciaram suspeitas de corrupção que nos procurem», afirmou Caron.
O processo corre em segredo de Justiça e por isso os nomes dos servidores investigados e das indústrias envolvidas no esquema não serão divulgados. Os detalhes da Operação Pasteur foram divulgados em entrevista coletiva na manhã desta quarta, na sede da superintendência da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
O único mandado de prisão foi realizado no município de Lajeado, na Região do Vale do Taquari. Outra cidade envolvida na operação seria Teutônia. Conforme a PF, o servidor do Mapa havia se aposentado recentemente. Onze mandados de busca e apreensão foram realizados. Ao menos cinco indústrias estariam envolvidas.
As ações policiais estão concentradas em municípios do Vale do Taquari e contam com apoio de servidores do ministério lotados em Porto Alegre. Conforme a PF, a investigação iniciou há quatro meses, a partir de informações repassadas pelo Ministério Público gaúcho.
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2014/12/industrias-do-leite-sabiam-de-datas-de-fiscalizacao-de-ministerio-diz-mp.html
