Empresa foi interditada em maio durante Operação Leite Compen$ado
Cinco dias após a Coordenadoria de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Cispoa) autorizar a venda de lotes de leite que estavam no estoque da empresa Latvida, a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) do Rio Grande do Sul liberou também a retomada das linhas de produção da VRS – Indústria de Laticínios Ltda, produtora do leite Latvida. O anúncio foi feito nessa quarta-feira pelo titular da Pasta, Luiz Fernando Mainardi, na prefeitura de Estrela, no Vale do Taquari.
A liberação ocorreu após a empresa ter cumprido as exigíªncias sanitárias feitas pela Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), conforme a Seapa. A VRS também assinou um Termo de Compromisso para derir ao programa de coleta í granel, com prazo de 60 dias para apresentar um plano de trabalho detalhando os passos para atender as determinações exigidas.
Segundo Mainardi, a cadeia do leite é uma das mais complexas e principais do Estado e a produção do produto é menor do que a capacidade da indústria. Porém, de acordo com o secretário, a intenção é ampliar a produção, passando de 10 para 20 milhões de litros de leite por dia no período de dez anos.
Parceria busca recuperar imagem do setor
Sobre a fraude descoberta na Operação Leite Compen$ado deflagrada pelo Ministério Público (MP), o secretário destacou que a parceria com o programa Mais Leite de Qualidade, lançado pelo governo do Estado em março, além do Prodeleite, o Fundo Estadual de Desenvolvimento da Cadeia do Leite (Fundoleite) e o Instituto Gaúcho do Leite (IGL) vem para destravar alguns gargalos a respeito do modelo de gestão da cadeia do leite no Estado. “Antes tarde do que nuncaâ€, disse Mainardi, ao reafirmar o comprometimento da prefeitura de Estrela, do governo e das empresas para recuperar a imagem do setor.
A respeito do programa Mais Leite de Qualidade, Mainardi explicou que uma das exigíªncias é que a entrega do leite, por exemplo, só poderá ser feita pela transportadora que aderir í s normas estabelecidas e que não haverá mais a compra avulsa do produto. “O pequeno produtor tem que ser estimulado para ampliar a qualidade e a sanidade, queremos um leite 100% saneado com erradicação da brucelose e tuberculoseâ€, sustentou.
O representante da VRS, Paulo Pereira, disse que atualmente a produção de leite está em 300 mil litros por dia, com projeção para elevar para 500 mil litros. “Essa adesão vai nos fazer mais forte e hoje é um momento históricoâ€, definiu. A empresa é a primeira a aderir í portaria que regulamenta a coleta de leite cru refrigerado e o transporte a granel.
Já o prefeito de Estrela, Carlos Rafael Mallmann, ressaltou a vontade do município em evitar o fechamento da Latvida. A empresa é a sexta maior da cidade – representando 2,6% da arrecadação de ICMS – e possui 300 famílias envolvidas e mais de mil produtores.
A Latvida foi interditada no dia 8 de maio durante a Operação Leite Compen$ado. No período, a empresa foi proibida de comercializar qualquer tipo de produto. Desde a última sexta, a Latvida está apta a comercializar leite UHT e demais produtos que foram fabricados no período entre 24 de abril e 8 de maio – dia em que a empresa foi proibida de vender os itens.
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