Fraude no leite agora chega ao serviço público

Corrupção envolvendo servidores federais e indústrias lácteas incluía até mesmo pagamento de 13º em propina
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A Polícia Federal do Rio Grande do Sul desmontou na manhã de ontem um esquema de corrupção entre fiscais federais do Ministério da Agricultura e indústrias lácteas no Vale do Taquari. Na ação realizada nesta quarta-feira, um fiscal aposentado, que até poucas semanas atuava como supervisor da região, foi preso preventivamente por favorecer empresas que deveriam ser fiscalizadas em troca de propina. Quatro agentes de inspeção (servidores de nível médio que apoiam o trabalho de fiscalização) foram afastados das funções cautelarmente.

De acordo com o responsável pela denominada Operação Pasteur, delegado Thiago Delabary, da Unidade de Repressão de Desvios de Recursos Públicos, os valores recebidos como “ajuda de custo” variavam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil e eram pagos por cerca de cinco a seis indústrias instaladas nas cidades de Teutônia, Fazenda Vilanova, Paverama e Lajeado (mesma região em que foi deflagrada a 5ª Operação Leite Compensado do Ministério Público do Estado e que constatou a participação de indústrias e transportadoras em fraudes como adição de água ao leite cru e adulteração de leite em estado de deterioração).

Na ação de ontem, também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, que vão subsidiar as provas da prática de corrupção, que estava tão enraizada entre os servidores e as empresas envolvidas a ponto de um dos participantes cobrar o 13º salário da propina paga mensalmente. Os repasses vêm ocorrendo há mais de 20 anos, pontuou Delabary. “Isso é o que mais nos preocupa”. À princípio, não é possível afirmar que os servidores atuavam em grupo.

O superintendente da Polícia Federal delegado Sandro Caron, explicou que a operação decorre de quatro meses de investigações e que as suspeitas foram repassadas ao órgão pelo Ministério Público do Estado, que desempenha ações de combate à fraude do leite há mais de um ano e meio no Rio Grande do Sul. A PF segue investigando o caso em segredo de Justiça, por isso não foram divulgados nem os nomes dos servidores nem os das indústrias.

Caron ressaltou que não se trata de uma questão institucional. “Nas diligências de busca, contamos com a participação de servidores do Ministério da Agricultura”, salientou. O papel desempenhado pelos servidores que contribuíram com a operação foi o de análise de documentos. “A documentação é específica, com questões técnicas que não dominamos”, justificou Delabary.

As provas coletadas, segundo Caron, indicam que os servidores faziam vistas grossas às irregularidades cometidas pelas empresas – entre elas a adulteração do leite e de outros produtos lácteos –, além de acelerarem ou retardarem processos com os quais lidavam, como liberações de mudanças de rótulos. Há suspeita de que os fiscais investigados também informavam as empresas antecipadamente sobre datas em que ocorreriam fiscalizações. De maneira geral, qualquer tipo de benefício, diante do comprometimento dos servidores com as empresas, era possível. “Justamente eles, que tinham o dever de garantir a sanidade dos produtos”, mencionou.

Como punições, as investigações podem resultar em prisão de dois a 12 anos e cassação da aposentadoria no caso do fiscal envolvido, caso sejam comprovadas as suspeitas. Os delegados que participaram da operação divulgaram um e-mail para envio de denúncia ou informações sobre a prática de corrupção por parte de servidores públicos, que devem ser encaminhadas para udrp.rs@dpf.gov.br.

A Delegacia Sindical do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários no Rio Grande do Sul manifestou apoio às investigações. A entidade e os delegados da PF destacaram que a prática não é generalizada. Tanto é que assim que fiscais têm auxiliado nas operações de combate às fraudes, tanto nas ações realizadas pelo MP gaúcha, quanto na mais recente, da Polícia Federal. O Ministério da Agricultura informou que não irá se pronunciar antes do recebimento da denúncia formal.
Chuvas e temperaturas devem ficar dentro do padrão até fevereiro

Os níveis de precipitação de chuva e as temperaturas mínimas e máximas devem ficar dentro do padrão nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. É o que diz o boletim trimestral do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fepagro.

Segundo o prognóstico apresentado, haverá chuvas dentro do padrão em todo o Rio Grande do Sul durante o trimestre, um pouco mais elevadas no Norte e Oeste do Estado durante dezembro e na região de fronteira com o Uruguai em fevereiro.

Para as temperaturas mínimas, o boletim indica que a tendência é predominar valores pouco acima do padrão na maior parte do Estado em todo o trimestre. Para as temperaturas máximas, as anomalias ao longo do trimestre são menores e com tendência de apresentar valores médios mensais próximos do padrão climatológico durante os três meses.
Preços do trigo sobem nos últimos dias, mas liquidez segue baixa

As cotações do trigo têm registrado altas no mercado brasileiro, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar disso, o ritmo de negócios segue desaquecido e os valores ainda estão em baixos patamares. No mercado de derivados, muitos moinhos entram em recesso na próxima semana e estão cumprindo, basicamente, contratos já firmados. Compradores também têm reduzido aquisições.

Os agentes alegam que diminuiu o consumo de produtos que têm a farinha de trigo como ingrediente. Quanto à colheita, as atividades já terminaram e as estimativas iniciais baixaram de 7,7 milhões de toneladas para 5,95
milhões de toneladas.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=182399

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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