# De volta í  natureza Uma sociedade cultora do verde verdejante

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A conquista do cerrado se fez as expensas do verde, um verde não tão verdejante quanto a nossas matas, matas essas, santuário das terras férteis, no entanto, quase sempre onduladas, regra geral, impróprias para as lavouras mecanizadas. O progresso, com a marcha para o oeste, rodovias cortando a imensidão, até então intocável, estava a exigir a substituí­ção da agricultura de subsistíªncia, arcaica, improdutiva, pela agricultura de mercado, moderna, alta produtividade, alicerçada na tecnologia. O cerrado naquele tempo: década de sessenta/setenta, afogava as cidades, só era utilizado para o gado pastar na seca após as queimadas, mormente os varjões e campos limpos. Portanto, sua conquista carecia de ousadia; espí­rito empreendedor, aliado a ciíªncia, na forma de técnicas, tecnologias, pesquisa aplicada; essa veio, a princí­pio, com os ensaios experimentais, Fao- Anda– Abcar, implementados, na época, pela então Acar-Goiás, em interação com o governo estadual e, a seguir, com a novel Emgopa: empresa de pesquisa, que passava a exercer o papel, como em qualquer parte do planeta, de carro chefe de desenvolvimento, no caso, agropecuário. Nem bem instalada, passou a prestar relevantes serviços a causa agropecuária. Entrementes, sem justificativa plausí­vel, consulta ao setor rural, foi extinta pelo próprio governo. Essa releví¢ncia pode ser constatada por acontecimento histórico. A soja, semente pioneira, vinda, oriunda, do sul, aqui produzia de 10 a 20%, a menos do que na região sulina, ante o desí¢nimo dos produtores, ela, Emgopa, entrou em ação, e com a garra de seus pesquisadores, passou a produzir sementes aqui, com produtividade salutar, mais do que rivalizando com as de lá, ou seja, 10 a 20%, a mais do que as especiés vindas do sul. Algumas variáveis contribuí­ram para essa diferença, como luminosidade e calor, mais aqui, do que lá. Essa conquista da Emgopa viabilizou a cultura da soja, hoje campeã do serrado em toda a região centro-oeste, Tocantins, Maranhão, Piauí­. Na esteira dela, o milho de cerrado, na época, inacreditável, em seguida, alguns anos depois, o feijão, sorgo e outras culturas, todas com o concurso de calcário, fertilizantes, dominando o cerrado. No caso do milho, os Clubes 4-S: saúde, saber, sentir, servir; constituí­dos de jovens rurais, já vinham demonstrando, em pequenas áreas, que era possí­vel, com tecnologia, revolucionar a produtividade; natural que, impulsionados pelo calcário e adubo composto. Aquelas culturas, e outras mais recentes, mudaram o cenário da agropecuária goiana e eu, como secretário de estado da agricultura, me orgulho muito disto, pois, coube a mim, conduzir a polí­tica agrí­cola, naquela época, durante o governo de Leonino Caiado. O Goiás-Rural, programa de governo, ajudou, em muito, essa conquista, subsidiando, em 50%, os pioneiros no desmatamento e incorporação do cerrado, no processo produtivo goiano. A interação do governo federal- ministério da Agricultura com o governo do estado – Secretaria da agricultura, alavancou o progresso, revolucionou a agropecuária goiana, gerando o agronegócio responsável, na atual conjuntura, por mais de 70% de seu PIB. Esse foi o primeiro impulso, que já está a carecer de outro arranque, onde a pesquisa, como a que era feita pela Emgopa, torna-se, de novo, imperativa. Isto posto, leitor, volvemos, palmilhando a história calcada no seu patrono, Heródoto, da grande geração e Péricles, estratego da cidade estado de Atenas. Naquele tempo, a tragédia da guerra do Peloponeso, que acabou esmagando a democracia com a derrota do estado de Atenas, primeira experiíªncia vivida pelo mundo, democracia direta e não indireta. Agora, a tragédia do mensalão, em fase final de julgamento, falta o cumprimento das penalidades, correndo junto, no congresso, foi,enfim, aprovado o novo código Florestal. Ha também, a operação Monte Carlo, em cena, que acabou desaguando na CPI do Cachoeira, essa pelo número de gestores públicos envolvidos, corre o risco de ser transformada em pizza, será? Neste caso, como ficaria a democracia, massacrando seus valores: toda vez que o estado não pune devidamente os safados, inimigos da democracia, automaticamente, premiá-os, e, ao premiá-los, pune incontinente, os honestos ou ordeiros, invertendo seu papel, caminhando, como falava Aristóteles, para a anarquia e, sucessivamente, í  tirania. Entretanto, voltando í  natureza, a tragédia, na área ambiental, não se deve a falta de leis; mas sim, fiscalização, como aconteceu com a reserva legal, e as faixas de proteção, ao longo dos córregos e rios; a madeira de lei, onde, o antigo código florestal determinava que, as serrarias plantassem duas mudas, para cada árvore derrubada. Essa omissão desencadeou déficit vertiginoso, na área verde do Paí­s, gerando, toda sorte de desequilí­brios, ou tragédia ambiental; contudo, muito mais do que a abrupta destruição de florestas, nela o Cerrado, foi a quantidade de gás carbí´nico, lançado na atmosfera, pelo gigantesco crescimento de indústrias, veí­culos motorizados, estacionários, gente e animais, todos consumindo oxigíªnio e, dando, em troca, o mortí­fero gás carbí´nico, afetando a camada de ozí´nio, desencadeando, as mazelas ambientais, tragédias, colocando, em perigo, a vida no planeta. Para reverter, esse quadro sombrio, imenso fosso, abismo, que separa o almejado ambiente saudável desse outro, degradado, mutilado, consoante, anseios da recente conferíªncia: Rio + 20, o Paí­s está a carecer de polí­tica participativa, sublimando a redução sistemática da poluição atmosférica, para tanto leitor vocíª tem que fazer corrente e formar opinião, mobilizando nossa gente. Outra polí­tica arrojada, destinada a proteger o solo, hoje, desnudo e os caudais, das nascentes as desembocaduras, seria o manejo integrado, água, solo e planta, com o indispensável concurso da rede de extensão rural. Somando-se a essas, a ampliação da área verde, de forma quase que divinal, para todo centro-oeste, em especial, Goiás e Tocantins, de clima salutar, áreas disponí­veis imensas, próprias para o cultivo intensivo de seringueiras, recompondo, dessa forma, tanto o verde verdejante, vital ao reequilí­brio ambiental; bem como a produção da matéria prima, destinada í  fabricação de pneumáticos, cí¢maras de ar, solados, luvas, material cirúrgico e outros subprodutos. De longa perenidade, seu lenho também, pode ser industrializado, ou seja, dela, como a carnaúba, tudo se aproveita, constituí­ fonte segura de trabalho para a famí­lia, alem disso, gera impostos, serviços, poupa divisas. Com efeito, importamos 75%, da borracha natural que precisamos para manter, a pleno vapor, nosso parque industrial do ramo. Plantar, portanto seringueira é preciso e precioso, pois o seu leite remunera, proporcionalmente, tríªs vezes mais, o pequeno produtor de leite de vaca. Transformar a região, na maior floresta Tropical de hevea brasiliensis, é sociavelmente desejável, pois, ocupa toda a mão de obra da famí­lia, além do mais, reequilibra as condições ambientais. í‰ ela, tecnicamente viável e economicamente possí­vel. Possí­vel e oportuno para todos que anseiam, amam, desejam a volta do verde verdejante dos tempos idos: ajuda a equilibrar o orçamento familiar, oxigenar o planeta e ao mesmo tempo descarburá-lo, absorve ela, gás carbí´nico í  noite. O verde verdejante da seringueira é salutar, ultra-saudável, numa era em que a carburação, poluição da atmosfera aumenta em progressão geométrica, enquanto a oxigenação mantém-se estagnada. Chegou a hora, sociedade eleitora, de sair da condição de serva do Estado, para a de expectadora engajada, fazer história, elegendo e conduzindo, uma polí­tica verde, cultora do verde verdejante: vincada nos seringais. Assim agindo, estará exercitando a polí­tica como a arte de fazer a comunidade feliz, o oposto do que faz os maus gestores, fortalecendo a democracia, de forma singular; plagiando o lema latino: “Non ducor, duco”; não sou conduzido, conduzo-o.
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG; pós-graduado em filosofia Polí­tica – PUC-GO; produtor Rural)
http://arquivo.dm.com.br/texto/gz/131964

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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