#Danone e Nestlé vão brigar também pelo leite premium

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Danone e Nestlé brigam arduamente no mercado de iogurtes há décadas. Começaram, há quatro anos, a disputar também o consumidor de água mineral. Agora terão mais um campo para se enfrentar: a Danone está lançando seu leite longa vida premium, segmento inaugurado pela Nestlé no Brasil em 2009 e que atraiu a brasileira BRF ano passado.

Os novos leites enriquecidos com ferro, zinco e vitaminas D e E (por isso são considerados premium) estão chegando agora aos supermercados do Estado de São Paulo com a marca Danone. Os leites longa vida Paulista – marca que pertence í  empresa desde 2000 – continua como está. «Os suí­ços começaram esse mercado e fizeram um bom trabalho. Agora chegou a nossa vez de fortalecer esse segmento com a nossa marca», diz Mariano Lozano, presidente da Danone Brasil, fazendo referíªncia í  Nestlé.

O mercado de leite no Brasil é bilionário e o segmento dos especiais é ainda mais atrativo – pois é o filão que cresce. No ano passado, o consumo de leite de caixinha chegou a 5,7 bilhões de litros. Mas dentro dessa categoria, a venda de leite comum caiu 0,4% em volume. Os especiais, ao contrário, cresceram na casa dos dois dí­gitos (31,4%, segundo a consultoria Kantar). Só a Nestlé registrou alta de 54% nas vendas (em volume) de leites premium.

«Esse é um mercado pequeno que ainda tem muito espaço para crescimento», afirma Lozano. Hoje, segundo dados da Kantar, os especiais somam 1,9% do total de leites de caixinha vendidos no Paí­s. Em 2009, eram 1,5%. «No México onde os especiais foram lançados há mais tempo, eles já representam 50% do mercado», afirma Lozano.

Toda categoria madura, como é a de leite, tende a passar por uma transformação. «Quando uma categoria cresce tanto, atingindo a maior parte dos consumidores, ela começa a se segmentar e é isso o que tem acontecido com o leite», afirma Eduardo Eisler, vice-presidente de estratégia de negócios da Tetra Pak, empresa que produz embalagens longa vida.

Mas não é só a expansão da categoria que atrai empresas para os leites enriquecidos. Elas também estão interessadas em aparecer mais. «A empresa passa a expor sua marca em uma prateleira do supermercado que antes não ocupava. Isso ajuda a marca a ganhar mais visibilidade», diz Eisler.

í‰ essa a jogada da Danone. Para os franceses, entrar em uma nova categoria funciona como reforço de marca. O nome Danone, conhecido dos iogurtes – onde a marca é lí­der, com 28% de participação em volume e 38% em valor – pode ajudar a levar mais consumidores dos leites de caixinha comuns a passarem para o premium. E vice versa, uma vez que leite, para os supermercados, é o que se chama de «categoria geradora de tráfego». í‰ um produto que atrai o consumidor para a loja. «O que acontece é que a pessoa vai ao supermercado comprar leite mais vezes do que compra iogurte», diz Lozano. «Como nosso foco continua sendo iogurte, esperamos que a marca nas duas prateleiras reforce a frequíªncia de compra de iogurtes», diz.

O preço mais elevado, porém, pode ser um fator de exclusão se a marca não for bem trabalhada. Isso porque, segundo a Nielsen, metade dos consumidores ainda escolhe o leite de caixinha pelo valor – buscando sempre o preço mais baixo. Outros 33% dos compradores decidem pela marca e 24%, pela qualidade.

Esses dois grupos de consumidores – que não decidem pelo preço e representam mais da metade do total – ajudam a explicar por que a experimentação do leite premium é tão alta. «Cerca de 14% a 15% dos consumidores já compraram pelo menos um litro de leite especial no último ano», diz o vice-presidente da Tetra Pak. «O leite é um produto querido e, quando há novidade na prateleira, é sempre um atrativo.»

A BRF, dona da marca Batavo, sabe disso. Tanto que, sete meses depois de reposicionar a marca e lançar sua linha de leite premium, a empresa coloca agora outra novidade no mercado. «í‰ um leite semidesnatado com 1,5% de gordura, que é um pouco mais que a média de 1% da concorríªncia», explica Roberta Morelli, gerente de Marca e Inovação da unidade de Lácteos da BRF. «Isso faz com que o sabor do semidesnatado se aproxime mais do gosto do integral, que é a preferíªncia do brasileiro.» Ao que parece, nessa categoria tão homogíªnea, qualquer 1% de novidade, conta.
Fonte: O Estado de S.Paulo

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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