Estes são alguns dos motivos que levaram ou ainda levam diversos produtores a desistirem da atividade leiteira, que passa por crise no estado e já afeta produtores de Venâncio Aires.
Muitos dos produtores que não receberam o pagamento pelo produto entregue aos lacticínios, estão cobrando judicialmente via sindicatos ou advogados particulares. Alguns destes lacticínios foram autuados pelo Ministério Público e pelo Ministério de Agricultura, por adulterarem o leite dos fornecedores no chamado esquema do ‘Leite Compensado’.
Conforme a técnica agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Carine Schlosser, os produtores que forneceram o leite para estes lacticínios são os mais prejudicados, pois não recebem pelo produto. Quanto aos lacticínios maiores ou mesmo cooperativas, os produtores se associam e, com isso, recebem o pagamento em dia. ‘O mais grave desta situação toda é que muitos destes produtores têm no leite a sua principal fonte de renda’, frisa. Carine acrescenta que os lacticínios maiores e as cooperativas não têm capacidade de absorver a produção dos não-associados. Estas empresas têm muito leite estocado e estão buscando maneiras de vender o que tem em estoque. ‘Como o tabaco está sendo muito combatido, o leite é uma alternativa e com alto potencial de produção, porém, faltam incentivos das três esferas de governo’, salienta. Carine acrescenta que há, também, a falta de interesse dos produtores para diversificar e se dedicar a esta atividade.