#Crise da LBR é atribuí­da a problemas estruturais

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Preço da matéria-prima também teria deflagrado dí­vida de R$ 1 bilhão

A forte concorríªncia do mercado lácteo brasileiro, aliada ao aumento do valor da matéria-prima e a problemas estruturais inerentes í  forma como a Lácteos Brasil (LBR) era gerenciada, são apontados por especialistas como os principais motivos para a crise da empresa, que em fevereiro entrou com pedido de recuperação judicial carregando uma dí­vida de R$ 1 bilhão.

Para o coordenador da Milkpoint Mercado, Marcelo Pereira de Carvalho, a disputa por espaço no mercado se acirrou no Brasil nos anos de 2011 e 2012, com uma pulverização muito grande das empresas. Além disso, a indústria teve custos mais altos de matéria-prima, ao mesmo tempo em que o varejo conseguiu ficar com uma parcela maior dos valores do queijo e do leite. O cenário resultou em crise conjuntural e estrutural, pela dificuldade da indústria de manter seu ganho frente ao varejo. Dessa forma, o mercado como um todo foi afetado, onde quase todas as principais empresas trocaram o comando. No entanto, em companhias com marcas mais fortes, com a Nestlé, por exemplo, o que pesou foram as vantagens competitivas. O mesmo acabou não ocorrendo com a LBR.

No exato momento em que o mercado de lácteos se encontrava em crise, a LBR passava por um processo de consolidação. A própria Bom Gosto, que já era fruto da união de empresas, também estava em vias de consolidação e teve um crescimento muito grande em função de aquisições. Paralelamente, a Leitbom se apresentava ao mercado como empresa recém-comprada por um grupo que engatinhava no setor lácteo. Esses fatores somados í  grande quantidade de fábricas no Paí­s – representando marcas diferentes – acabaram gerando uma complexidade gerencial, o que, em momento de crise, colocaram a empresa em uma situação de maior vulnerabilidade se comparada com suas concorrentes. Algumas com apenas uma fábrica e mais moderna.

Fontes do mercado leiteiro asseguram que em 2011 a LBR apresentou geração de caixa negativo, fato verificado antes mesmo do iní­cio do pagamento da dí­vida pela empresa. Em 2012, especulam-se resultados ainda piores, porém ainda não consolidados. Frente í  crise, a empresa teria fechado mais de dez plantas em todo Paí­s.

LBR resulta da união de tríªs grandes laticí­nios: Parmalat, Bom Gosto e Leitbom que viraram um só, competindo em alguns mercados sem que houvesse planejamento. Além disso, havia uma questão administrativa complicada com tríªs gerentes, tríªs diretores. Chegou em um momento que não se tinha ao certo quem era responsável pelo o quíª. Esse mercado de leite vem se profissionalizando, aumentando o número de players. Não há mais espaço para erros administrativos e falta de profissionalismo. O pedido de restruturação vem para botar a casa em ordem”, afirma um consultor da área que preferiu não se identificar.

O analista da Scot Consultoria Rafael Ribeiro de Lima Filho, lembra que a empresa assegurou que não irá suspender a captação de leite e pretende manter todas as marcas no mercado. “Não vão parar ou atrasar pagamento de fornecedores, tanto de produtores como de prestadores de serviços”, disse. Carvalho, do Milkpoint, apontou alguns fatores que direcionam a história da LBR para um final feliz: o pedido de recuperação judicial, através do qual a empresa conseguirá um alí­vio no pagamento da dí­vida. “Os novos dirigentes tíªm experiíªncia em crise, um deles veio da recuperação da Parmalat, tem conhecimento da área”, diz Lima Filho, da Scot. A LBR nomeou Rami Goldfajn como novo presidente-executivo, e Nelson Bastos como diretor-presidente.
Outro ponto positivo, segundo o analista, seria o processo de elevação dos preços internacionais do leite em pó, em torno de 18% nos últimos dias. “Se a alta consistente dos preços se confirmar, a entrada de leite importado, especialmente do Mercosul, deverá cair, e aí­ teremos correção de preços e a vida da indústria e do produtor ficará mais fácil”.
http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=118553

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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