Cooperativa cria ´MBA´ do leite no Brasil

os 91 anos, a Frísia Cooperativa Agroindustrial (ex-cooperativa Batavo) se reinventa, amplia a área de atuação no campo e verticaliza a industrialização de seus próprios produtos.
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Tradicional na região de Campos Gerais (PR), a cooperativa tem como base a colonização holandesa, iniciada há 105 anos no Paraná.

Voltada para leite e grãos, a Frísia tem também uma presença forte nas carnes e, agora, avança para os setores de florestas e de energia eólica.

Com a ampliação e a diversificação das atividades, a gestão das propriedades passou a ser extremamente importante, diz Renato Greidanus, presidente da entidade.

«É preciso trazer o produtor para um novo patamar profissional para que ele consiga cada vez mais bons resultados técnicos.»
MBA em leite

A cooperativa leva tão a sério a questão da gestão que instituiu um MDA (Master Dairy Administration), uma espécie de MBA focado na gestão da produção de leite e voltado para os cooperados.

Para Greidanus, os conhecimentos adquiridos por produtores e técnicos da cooperativa nesses estudos vão se espalhar para toda a região, melhorando a gestão e elevando a produtividade.

A gestão moderna deve ser integrada. Tem de incluir conhecimentos que vão do rebanho aos sistemas financeiro e ambiental, além da busca de uma elevação técnica na propriedade, segundo o presidente da cooperativa.

«E preciso rastrear toda a cadeia, do milho ao frigorífico. Isso permite ganho interno e agregação de valor à produção.» A Frísia se une à Castrolanda e à Capal na industrialização de leite, uma associação chamada de intercooperação.

Dentro dessa «cadeia fechada», que vai da semente à industrialização dos produtos, dá para criar nichos de atuação, diz Greidanus.

Ele cita o exemplo do primeiro leite longa vida do Brasil sem aditivos, lançado pelas cooperativas.

A capacidade de processamento de leite dessas cooperativas é de 3,8 milhões de litros por dia. Processam 3,3 milhões, segundo Rogério Marcus Wolf, coordenador de comercialização de leite da cooperativa Castrolanda.

Pelo menos 95% da industrialização é feita para terceiros, inclusive multinacionais que se interessam pela boa qualidade da matéria-prima obtida nessa bacia leiteira.

«O mercado de alimentos está exigente. Ganhamos os parceiros devido à qualidade do nosso produto», diz Wolf.
Florestas

A Frísia está incorporando uma nova atividade no seu portfólio: o cultivo de florestas. Greidanus diz que a atividade é importante porque o produtor utilizará áreas inaproveitadas da propriedade.

A cooperativa utilizará parte da lenha para geração de energia em suas atividades e o excesso será repassado paras indústrias da região, que são carentes desse produto.

A cooperativa avança também em um projeto de geração de energia eólica. Ela busca um parceiro para o projeto, estimado em R$ 300 milhões e que está na fase de licenciamento ambiental.

O produtor poderá participar desse projeto ou apenas ceder o espaço para as torres de captação de energia. «A intenção é oferecer o máximo de opção de atividades na propriedade», diz Greidanus.

Com investimentos de R$ 580 milhões de 2011 a 2015 -na industrialização de trigo, frigorífico e armazenagem-, o presidente da entidade diz que a cooperativa já coloca outros produtos na lista para 2018/19.

Ele não adiantou, porém, quais seriam essas novas áreas de atuação.

A cooperativa atua em leite e derivados, carne «in natura» e industrializada e grãos. Anualmente promove uma exposição de vacas leiteiras para troca de conhecimentos entre produtores.

Esse sistema de intercooperação com as cooperativas Castrolanda e Capal permite «uma escala maior na industrialização da matéria-prima e redução de custos», diz o presidente da Frísia.

O sistema permite que o produtor seja sócio na industrialização e garante uma oferta maior de matéria-prima para as cooperativas.

07/05/16
Mauro Zafalon
Fonte: Folha de S. Paulo

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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