#Com dí­vida de R$ 500 milhões, Cotrijui busca empréstimo para quitar dí­vidas

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Passados sete meses da troca de diretoria, cooperativa começa a mostrar como pretende quitar os débitos

Com uma dí­vida de mais de R$ 500 milhões revelada no iní­cio do ano, quando a nova diretoria tomou posse, após a Cotrijui ter ficado quase duas décadas sob o mesmo comando, a atual gestão começa a dar sinais de como voltará a armazenar safras e colocar as contas em dia. Para a maior parte dos débitos, a esperança é um financiamento via BNDES e capaz de fechar o rombo. Vergilio Perius, presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado (Ocergs), assegura que a entidade está buscando, em conjunto com a cooperativa, um empréstimo de R$ 450 milhões para dar solvíªncia í s finanças da Cotrijui.

– Este ano, para a cooperativa, a safra de soja foi perdida, o que complicou ainda mais a situação. Mas a Cotrijui é muito grande para quebrar, com um faturamento anual de R$ 1,2 bilhão. Dessa forma, consegue tocar os negócios, e boa parte dos credores está paciente e espera pela recuperação da entidade – avalia Perius, referindo-se ao fato de a maioria dos associados não ter depositado soja nos armazéns da cooperativa na última safra.

Para garantir a comercialização das próximas safras e não perder essa fonte de recursos novamente – já que neste ano o grão ficou depositado no sistema de armazéns gerais, sem ganhos para a cooperativa –, a aposta da diretoria da Cotrijui é uma parceria com a Nidera Sementes, uma das credoras da entidade que recentemente havia suspendido as negociações.

Conforme a Cotrijui, com o novo acordo em estudo, a Nidera garantiria a compra dos grãos e o dinheiro seria depositado na conta dos associados – a Cotrijui receberia apenas uma taxa de administração nas vendas. Procurada, a Nidera Sementes não quis se manifestar sobre o assunto, mas não negou as conversações. Especialistas e corretoras, mesmo antigos parceiros, afirmam ser difí­cil ter informações sobre o andamento do caso. Um analista de mercado, que prefere não se identificar, avalia que vigora a “boa vontade” dos credores, também mencionada por Perius, sobretudo de produtores a quem a cooperativa deve.

A falta de transparíªncia é questionada pelo grupo Terceira Via, que quer destituir Vanderlei Fragoso, atual presidente, e fazer nova eleição. Coordenadores da Terceira Via afirmam que a busca por informações junto a atual diretoria não tem sido fácil. Eles estimam que, diretamente aos produtores, a cooperativa tenha dí­vidas que somam em torno de R$ 200 milhões.

Dí­vidas e confiança entre os produtores

Enquanto os produtores gaúchos puderam comemorar os bons resultados da safra de soja 2012/2013, entre os associados da Cotrijui nem todos tiveram o que celebrar. Oscar Guarda Lara, 47 anos, de Chiapeta, tem R$ 30 mil para receber da cooperativa há cerca de um ano. O produtor aplicou a quantia na cooperativa após vender um caminhão. Até agora recebeu apenas R$ 7 mil:

– Das cerca de mil sacas que eu vendi na última safra de soja, 700 foram apenas para cobrir um financiamento que tive de fazer para conseguir produzir. Ainda tenho R$ 23 mil para pagar no banco. Acho que precisarei vender uma caminhonete para conseguir quitar.

Associado da Cotrijui há 16 anos, Guarda Lara consegue, assim como os demais produtores com os quais a cooperativa tem débitos, retirar R$ 500 ao míªs em produtos nos supermercados da rede. í‰ a única forma de pagamento aos produtores até agora:

– Cheguei a depositar umas cem sacas de soja neste ano nos armazéns da Cotrijui, mas tirei logo que teve a possibilidade de arresto pelos credores da cooperativa e apliquei em uma empresa privada.

Associado da Cotrijui há 30 anos, o produtor Remi Beck, 51 anos, de Augusto Pestana, também tem valores a receber da cooperativa – cerca de R$ 25 mil. No iní­cio do ano, seu crédito era de R$ 44 mil. Cerca de R$ 10 mil foram pagos em dinheiro e o restante que recebeu até agora foi em insumos e produtos nos supermercados da entidade. Os valores ajudariam a custear a lavoura e a produção leiteira.

– Meus custos de produção foram de R$ 100 mil. Como não tinha todo o capital, precisei de um empréstimo de R$ 50 mil – diz o produtor.

Mesmo com as dificuldades, Beck afirma não ter deixado o prejuí­zo alcançar a lavoura:

– Para custear os insumos da lavoura, tirei dinheiro do leite, prolonguei algumas dí­vidas, parcelei outras contas novamente.

Com uma colheita de 3 mil sacas de soja na última safra, o agricultor acabou não depositando a produção na cooperativa, mas em empresas privadas do setor. Mesmo precisando recorrer a empréstimos, Beck vai continuar na Cotrijui.

– Confio na cooperativa. Não quero que feche as portas, por isso vou continuar apostando nela nas próximas safras – projeta Beck.

Sem dar lucro, mercado é vendido

Inaugurado há pouco mais de um ano, o supermercado da Cotrijui que funcionava no centro de Ijuí­ estaria dando prejuí­zo de cerca de R$ 100 mil mensais, o que tornava o negócio inviável diante da situação econí´mica da cooperativa, e foi vendido no míªs passado.

Os funcionários foram realocados em outras funções dentro da estrutura da empresa e alguns demitidos. Segundo a diretoria, só foram desligados aqueles que não quiseram desempenhar outras funções. No local, a Rede Vivo vai instalar uma loja. A assessoria de comunicação da Rede Vivo informou que a negociação foi realizada diretamente com o dono do imóvel onde está localizado o estabelecimento, mas não quis divulgar os valores do contrato.

Fonte:ZERO HORA

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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