O chefe da divisão de produtos lácteos da cooperativa neozelandesa Fonterra se demitiu na quarta-feira, menos de duas semanas após a maior exportadora mundial de lácteos dizer que alguns de seus produtos poderiam conter a bactéria que causa o botulismo.
A Fonterra, maior companhia da Nova Zelí¢ndia, disse que Gary Romano renunciou como diretor gerente da NZ Milk Products com efeito imediato. Ele não informou as razões para sua demissão. «Gary fez uma contribuição significante durante seu tempo na Fonterra e respeitamos sua decisão», disse o diretor executivo da cooperativa, Theo Spierings, completando que assumiria o comando temporário do negócio.
A Fonterra disse em 3 de agosto que descobriu contaminação em alguns de seus produtos que foram enviados a clientes – incluindo a Coca-Cola Co, Danone SA e Wahaha, da China – em nove países, e usados para fabricar fórmulas infantis, bebidas esportivas e ração animal. Produtos potencialmente contaminados foram retirados das prateleiras da China, Malásia, Austrália e Nova Zelí¢ndia. Outros países também tomaram medidas para restringir as importações.
Romano foi o primeiro oficial da Fonterra a aparecer publicamente e enfrentar a mídia quando a contaminação foi divulgada. Ele sofreu pesadas críticas por dar informações incorretas sobre o recolhimento de fórmulas infantis na Nova Zelí¢ndia, levando a Fonterra a ter que se desculpar com a Nutricia, que pertence í Danone, que comercializou os produtos.
O chefe da seção de lácteos do grupo de lobby de produtores de leite da Nova Zelí¢ndia disse que a demissão de Romano parecia prematura. «Estou muito surpreso que ele tenha tomado essa responsabilidade. Eu não tenho tanta certeza de que cabeças deveriam rolar antes mesmo de a investigação ser concluída», disse o chefe da Federated Farmers. «Talvez, a pressão pessoal tenha sido grande».
Estão sendo feitas quatro investigações – duas pela Fonterra, uma pelo governo da Nova Zelí¢ndia e outra pela autoridade de segurança alimentar – em busca da causa e de uma forma para lidar com o medo da contaminação e com os potenciais efeitos internacionais para a Nova Zelí¢ndia, que é dependente dos lácteos.
Spierings já se desculpou várias vezes e estabeleceu duas investigações internas sobre a contaminação, que a Fonterra disse que foi causada por um cano sujo em uma de suas plantas.
Reuters