#Bem-estar na produção animal

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A produção animal, tal como o seu nome indica, consiste na criação dos animais com o objetivo de obter produtos, tais como; a carne, o leite, a pele, a lã, etc. A criação de gado é das profissões mais antigas de sempre no entanto tem vindo a sofrer inúmeras alterações ao longo dos anos. Antes o produtor criava “meia dúzia” de animais ao ar-livre, onde ficavam em regime de pastoreio e onde os ciclos biológicos naturais dos animais eram respeitados. Embora ainda haja deste tipo de explorações (especialmente em pequenos espaços rurais), atualmente e devido í  intensa industrialização apostou-se em criações mais intensivas, concebidas para otimizar ao máximo a capacidade produtiva do animal. Assim, hoje temos explorações com elevado número de animais, que ficam confinados a quatro paredes ou a gaiolas, muitas vezes sobrelotadas e onde o seu ciclo biológico/reprodutivo é adaptado e alterado.

A ideia primária da criação intensiva foi, durante muito tempo, que a vaca desse a maior quantidade de leite possí­vel, que uma fíªmea tivesse o maior número de crias possí­veis e que as galinhas pusessem ovos í  maior velocidade possí­vel, adaptando ou artificializando as condições destes animais dentro de 4 paredes, não olhando í s necessidades do animal. Passamos por uma época em que os produtores pretendiam criar máquinas ao invés de animais.

Em resultado de uma criação intensiva desmesurada, surgiam animais que devido í  sobrelotação apresentavam piores condições de saúde, piores condições de higiene (maior acumulação de poeiras, alimento e excreções) e um stress acrescido (aumento de lutas entre animais). A própria condição intensiva incentiva a uma utilização abusiva dos animais, o que faz aumentar o í­ndice de maus tratos e o aparecimento de lesões nas carnes (diminuindo a qualidade da carne),estando também muitas vezes correlacionado com a privação de alimento ou água e, claro, uma maior taxa de mortalidade. Para além disso, animais confinados em espaços a abarrotar podem não conseguir manifestar o seu comportamento normal – do que resulta em animais em stress que muitas vezes se tornam mais inquietos, agitados e até mesmo mais agressivos (por ex; os suí­nos de engorda quando estão sob situação de stress, podem realizar atos de canibalismo entre si).

Depois de uma era intensiva surgiu a necessidade de introduzir o conceito de bem-estar, não só pelas condições precárias em que os animais eram muitas vezes sujeitos, mas também pelo retorno económico que se verificava. Claro que, tal como nós, os animais apenas poderão ter máxima produtividade se estiverem em equilí­brio com o ambiente e em bom estado de saúde fí­sico e mental, ou seja se forem cumpridas as condições de bem-estar.

Esta questão do bem-estar animal é fundamental e deve ser incluí­da em qualquer tipo de espécie, contudo merece especial atenção os animais criados para produção, cujo bem-estar é muitas vezes ultrapassado pelo interesse do homem. Atualmente existe legislação que protege os animais que se encontram em regime intensivo e que permite terminar com a era da maquinaria biológica. Hoje e cada vez mais o bem-estar está na ordem do dia. Se por um lado, temos um consumidor cada vez mais informado e preocupado com as condições animais e que preferem produtos oriundos de boas práticas, por outro lado, temos um produtor que já não se preocupa só em obter o produto, da mesma forma, a qualidade do mesmo e o modo de produção são considerações que o preocupam também. Para além disso, o produtor sabe que um bom maneio animal lhe trará maior prestí­gio e um maior retorno económico com produtos de melhor qualidade. Por isso é que hoje se aposta em técnicas que melhorem a qualidade de vida dos animais; falo, por exemplo, da utilização de música ambiente em cuniculturas ou da utilização de brinquedos em suí­nos de engorda ou até mesmo da implementação de sistemas de escovas (que lavam e massajam) em explorações de bovinos leiteiros.

Bem-estar na produção animal

Ana Pereira – Aluna de Medicina Veterinária

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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