Produtores da região de Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Maravilha e Ouro Branco estão sendo castigados
O dilema da falta de água nas regiões do semiárido alagoano parece não ter fim no alto sertão alagoano. Produtores da região de Batalha, Belo Monte, Jacaré dos Homens, Maravilha e Ouro Branco estão sendo castigados com os resquícios da seca verde que agravou o problema de falta de água para alimentar o rebanho e a colheita na lavoura.
Desde junho, Vanderlan Santos, técnico da CPLA, explica que a situação é crítica entre os produtores, principalmente aqueles que coletam de 50 a 100 litros por dia. «A produção do leite tá caindo, muitos perderam a plantação de milho e sorgo. Quem muito tirou, conseguiu 25% do que plantou. É muito grave, pois o produtor está a ponto de abandonar a atividade», analisou.
Com pouca silagem e reserva de água esgotada, o produtor José Geraldo, de Batalha, conta que muitos produtores estão sem saída para captar água e colher alimentos como a palma, para alimentar o rebanho. «Se não houver intervenção pública, a única saída que vejo é esperar a chuva ou partir para outra atividade, isso porquê a tendência é piorar com o verão», apontou seu Geraldo.
Com a baixa no rendimento da coleta de leite, o produtor alega que programas de melhoria genética e incentivo a produção de qualidade serão automaticamente desperdiçados: »se a gente não possui condições de alimentar o animal, sem água para beber e plantar, não haverá condições».
Chuvas
A estimativa da CPLA é que dos 1000 produtores da região,85% foram atingidos pelo revés da Seca Verde, sendo que 60% deles conseguiram armazenar água para uso de 30 a 40 dias. Os outros 40% seguem dependendo de fornecimento privado.
Este ano, a região contou com apenas 45 dias de chuva quando o normal é de 70 a 80, segundo o técnico da CPLA. «Houve um período que durante uma semana choveu muito e outras que foi bem escassa. Também teve um problema com uma lagarta que devastou várias plantações e isso agravou a situação da lavoura», conta Wanderlan. Os produtores agora esperam trovoadas de verão para regar o campo e recomeçar os plantios.
http://www.tribunahoje.com/noticia/156562/cooperativas/2015/10/03/ausencia-de-agua-afeta-produco-de-leite-e-acende-sinal-de-alerta.html