Ano começa com volume fraco de vendas e reajustes escalonados

Esforço promocional liderado pelo varejo tem, pelo menos, evitado uma piora nos níveis de volume de vendas de bens não­-duráveis (alimentos, bebidas) do setor neste ano.
Share on twitter
Share on facebook
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email

Os primeiros indicadores apontam para níveis estáveis ou tímida alta na quantidade comercializada no primeiros meses de 2015. Há uma expansão maior da receita nominal das lojas porque ela está sendo «turbinada» pelo aumento da inflação no comércio. Analistas de bancos e corretoras ainda mantêm expectativa de um fraco primeiro trimestre no setor.

Indicadores de volume vendido de alimentos, bebidas e produtos de higiene e beleza mostram leve aumento de 0,4% em janeiro e estabilidade em fevereiro, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, do IBGE. Os dados consideram ajuste sazonal. São itens comercializados em supermercados, hipermercados e farmácias. O «atacarejo» não entra nesta conta.

Ao se considerar apenas supermercados e hipermercados, há pequena alta de 0,2%
em janeiro e mesmo índice em fevereiro. É uma taxa discreta de crescimento após
queda no volume de 0,2% em dezembro (com ajuste sazonal) e redução de 0,9%
em novembro.

Pelos dados, portanto, se não têm caído as vendas em supermercados e hipermercados ­ um dos segmentos mais resilientes do varejo, com pública guerra de preços entre as redes ­ a receita sobe bem mais que o volume. O índice é puxado pelos reajustes nas tabelas.

Em supermercados e hipermercados, com ajuste sazonal, a receita nominal aumentou 1,4% em janeiro e 1,1% em fevereiro, ritmo mais acelerado do que em novembro (0,8%) e dezembro (0,4%).

Apesar disso, não é esperado um primeiro trimestre com alta mais forte nos números. O analista Guilherme Assis, da Brasil Plural, escreveu em relatório não acreditar «em qualquer recuperação nos volumes de varejo no primeiro trimestre», escreveu. «Março não deve trazer melhoria significativa nas vendas». Os números do IBGE para março ainda não saíram.

«Este aumento em receita no varejo alimentar é inflação, que reflete em parte o dólar a mais de R$ 3. Um hipermercado tem estoque de itens de limpeza e beleza, por exemplo, por 20, 25 dias. Quem tratou de negociar isso nas últimas semanas, foi recebido com tabela nova», diz Manoel Araújo, sócio-diretor da consultoria Martinez de Araújo.

Uma das principais dificuldades neste momento está em administrar a chegada de tabelas novas às lojas ao mesmo tempo em que as redes precisam atrair tráfego de clientes, passando a percepção (normalmente por ofertas de itens que atraem mais fluxo) de que há preços competitivos na gôndola.

As grandes varejistas de alimentos monitoram semanalmente, por bairro ou cidade, os preços de cestas de produtos que chamam tráfego, com cerca de 300 a 400 itens. Neste grupo, desde o ano passado, o acompanhamento dos preços pelas grandes cadeias tem sido feito de forma mais «atenta», diz um consultor de varejo ouvido.

Fabricantes de produtos industrializados, na área de higiene, limpeza e alimentos, tentam repassar aumentos nos últimos meses. A Unilever admitiu nesta semana, em relatório, que as vendas nos mercados emergentes subiram 5,4% de janeiro a março, puxadas pelo aumento de preços. A Bombril informa que pediu reajustes de até 10% em itens para limpeza.

«Parte dos aumentos tem sido repassados de forma escalonada, porque num ambiente de consumo retraído, nem sempre há espaço para reajustes de uma só vez «, diz o diretor de uma rede paulista.

Especialistas acreditam que, em certas situações, o nível de volume vendido tem reagido às ações em «chão de loja», como promoções. O Grupo Pão de Açúcar criou, na segunda metade do ano passado, uma linha de produtos com a marca «Pra Valer», com preço, em média, 30% abaixo do líder. O Carrefour, até a quarta-­feira, dará desconto de 50% na compra da segunda unidade de certos produtos.

Fonte: Jornal Valor Econômico.

Mirá También

Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

Te puede interesar

Notas
Relacionadas