O presidente da CPLA, Aldemar Monteiro, alerta para o consumo consciente. “O leite é alimento fundamental desde a primeira infância, no aleitamento, que inclusive já é composto por lactose. Ainda não existem evidências científicas para restrição do leite, porém o desconhecimento sobre alergia e intolerância são fatores que precisam ser desmitificado antes da dieta da exclusão”.
A indústria dos produtos com baixo teor ou zero lactose, mesmo se multiplicando nas gôndolas de supermercado, gerando mais um nicho de mercado, na avaliação do especialista em lácteo e consultor do projeto da Unidade de Beneficiamento do Leite, Fábio Teles, virou espécie de status social: “A pizza, o pão, sorvete, assim como a maioria dos alimentos possuem o leite como grande participante das receitas, e ainda assim há pessoas que não apresentam desconforto em sua digestão”, reflete.
Leite nosso de cada dia
Componente alimentar fundamental na primeira infância, o alto valor nutricional em proteínas, cálcio, vitaminas do leite está associado à prevenção de osteoporose hipertensão, inibição em 80% menos chances de desenvolver câncer no trato digestivo. “Quando você analisa populações que consomem cerca de 250 litros por ano, esta tem, segundo pesquisa, menos chances de ter doença de perda da massa óssea e terão processo ameno na menopausa e andropausa”, informou Fábio.
Segundo Maria Cristina Moschoni, pesquisadora Universidade Federal de Viçosa/MG, a lactose é um dissacarídeo e é o principal açúcar do leite. Ela é formada por dois monossacarídeos: galactose e glicose. O leite de vaca possui em média 4,8 g de lactose/100 g e o humano contêm cerca de 7,0 g de lactose/100g. “Existe tipos e níveis de intolerância. Para todos aqueles que apresentam desconforto digestivo após ingestão de leite chamamos indistintamente de intolerantes à lactose. Mas é importante dizer que se faz necessário um diagnóstico clínico para confirmar essa condição”, ressaltou.
As criticas à cultura do politicamente sem lactose recentemente vem sendo rebatida pela Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, em Brasília. O motivo é o Guia Alimentar do Ministério da Saúde, do ano passado, que restringe o consumo de lácteos. O fato aguça o desequilíbrio do mercado interno que acumula maior produção em relação ao consumo.
“A introdução do leite na dieta do homem adulto foi possível graças à domesticação do gado e ao desenvolvimento de tecnologias de refrigeração de pasteurização. O setor está trabalhando para reverter, de forma responsável, essa realidade e provar que historicamente o leite é uma das principais fontes de alimentação da espécie humana, sem restrição”.
Fonte: Jornal Tribuna Hoje/AL.