Fraudes como a detectada pelo Ministério Público abalam a confiança do consumidor
Mais uma vez foi no caminho até a indústria que se detectou a fraude no leite. Mas, sem dúvida, o efeito da confiança abalada do consumidor aparecerá para todos, inclusive para o produtor.
Por essa razão, é importante que a garantia da segurança do alimento ganhe espaço dentro das ações que vêm sendo pensadas para o setor por meio do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite (Prodeleite) e do recém-criado Instituto Gaúcho do Leite (IGL).
Uma das metas da entidade é transformar o nosso leite em referência – somos o segundo maior produtor do país, atrás de Minas Gerais –, e para isso, teremos de atestar a qualidade do produto em todas as etapas.
Hoje, a maior parte das indústrias que operam no Rio Grande do Sul tem inspeção federal. Das 55 empresas com fiscalização estadual vem sendo exigido, desde o ano passado, manual de boas práticas e plano de controle de qualidade da coleta de leite a granel – que indica, entre outras coisas, o volume a ser recolhido em cada propriedade. Até agora, 22 entregaram. Nenhuma teve ainda a aprovação.
Conforme o secretário-adjunto da Agricultura, Claudio Fioreze, que nesta semana toma posse como titular da pasta, também está sendo estudada a possibilidade de que laticínios sob inspeção estadual e com processamento mensal acima de 1 milhão de litros tenham uma fiscalização permanente, a exemplo do que ocorre nos frigoríficos.
O Estado busca ainda a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi) para lácteos. Na prática, isso permitira a equivalência da inspeção – ou seja, estabelecimentos com fiscalização estadual poderiam vender sua produção fora do Rio Grande do Sul.
Independentemente de quem fiscaliza, o que o consumidor precisa é ter certeza de que o produto levado para casa é, de fato, o que está descrito na embalagem.
gisele.loeblein@zerohora.com.br
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