#A crise no leite

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As queixas dos produtores víªm de há muito tempo e a falta de compromisso do governo, também. Falo do Programa do Leite, das reclamações dos produtores, criadores, donos de vacarias, queijarias, usinas. Do vaqueiro ao industrial. O problema aqui e acolá é tocado no plenário da Assembleia Legislativa diante do silíªncio funério dos deputados governistas. Semana passada, falando em nome dos produtores e usinas beneficiadoras, o deputado Ezequiel Ferreira anunciou: “A Cooperativa de Energia e Desenvolvimento Rural do Seridó, a Cersel de Currais Novos, suspendeu o fornecimento do leite ao Estado”. São cinco quinzenas de atraso (ou dois meses e meio) no pagamento. Sábado, aqui, registrei as reclamações e a denúncia do deputado. Ontem, pela manhã, caiu na minha bacia das almas um imeio de um produtor de leite e industrial do ramo contando a sua história:

“A seca maltrata o homem do campo do Sertão nordestino. Não obstante todas as mazelas originadas por essa estiagem considerada a pior dos últimos 50 anos, vivemos dias de completa falta de chuva de moral, de sensibilidade e de proteção social por parte dos governos.

Além da queda, o coice!

São cinco, Woden, eu disse cinco quinzenas sem que o produtor rural e os laticí­nios potiguares que fornecem para o Programa do Leite do Governo do Estado recebam seus pagamentos. Quando esses ameaçam abandonar o programa, o governo apela com o direito de acioná-los na justiça por quebra de contrato. As leis, que protegem o Estado e os que deles se locupletam, são tendenciosas em sua cegueira.

O momento que vivem os laticí­nios é penoso, é de chorar, é de desespero e angústia. Alguns í  beira dos tríªs meses de salários atrasados assistem revoltados seus funcionários chegarem tristes para trabalhar. Um trabalhador se ancorando no outro para permanecer lúcido. Um reclamando do despejo que sofreu, outro do corte da luz elétrica, um outro da falta de feira em sua dispensa.

Segunda-feira passada houve uma reunião com representantes do governo. Os laticí­nios queriam uma agenda para o pagamento – a sexta, que certamente não será cumprida, como as outras cinco anteriores. Em  dado momento da reunião nervosa, um representante do governo levantou-se e, do mais alto patamar da ignorí¢ncia humana para escarrar aos presentes, disse: “Devo, não nego. Pago quando quiser”.

Ora, meu amigo, a quem recorreremos depois de uma dessas? Se o Estado, que teoricamente deveria proteger e zelar pelo bem dos seus cidadãos, usa através do seu representante uma frase de “qualquer um velhaco vagabundo”, o que deveremos pensar? Em quem poderemos nos segurar? No mesmo Estado que cobra os impostos dos laticí­nios, exigindo o pagamento religiosamente em dia?

Seu Madruga, dias urgem em que o soberano (povo) definitivamente tenha poder sobre o prí­ncipe (governo). Mas, pelo andar da carruagem que passa, e pelos cães que não ladram mais por falta de força na garganta, teremos que assistir impotentes a quebradeira dos laticí­nios”.
http://tribunadonorte.com.br/noticia/a-crise-no-leite/261992

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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