Uruguai: setor leiteiro segue em crise e nº de vacas abatidas cresce

As organizações leiteiras do Uruguai esclareceram ao governo do país que não querem queixas, somente esperam soluções aos pedidos que fizeram em novembro de 2015, frente a uma crise do setor que se agrava, com endividamento crescente e mais vacas que, em vez de produzir nas fazendas leiteiras, terminam nos abatedouros.
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As organizações leiteiras do Uruguai esclareceram ao governo do país que não querem queixas, somente esperam soluções aos pedidos que fizeram em novembro de 2015, frente a uma crise do setor que se agrava, com endividamento crescente e mais vacas que, em vez de produzir nas fazendas leiteiras, terminam nos abatedouros.

Rechaçando as palavras ditas há alguns dias pelo subsecretário de Pecuária, Agricultura e Pesca, Enzo Benech, que, entre outras coisas, disse que o setor leiteiro é subsidiado, as organizações disseram que “há desconhecimento” do setor por parte do governo e que “o subsídio foi aplicado há 40 anos, quando o país precisava de leite”.

As organizações disseram que esperam uma contestação do governo como:

– exoneração por parte da companhia de energia elétrica dos primeiros 500 kilowatt;
– tarifa especial para as fazendas leiteiras;
– redução do Imposto ao Afastamento de Bens Agropecuários (Imeba), passando de 1,1% para 0%;
– redução do Imposto às Rendas de Pessoas Físicas (IRPF) para os arrendamentos rurais, segundo o prazo;
– criação de uma taxa de devolução de impostos para o setor;
– redução da taxa consular às exportações;
– execução de um fundo que permita atenuar a situação complicada que o setor vive hoje.

A tudo isso, deve-se somar também a proposta, ao ministro Tabaré Aguerre, de encontrar alguma saída econômica no Banco da República do Uruguai (BROU), pondo em garantia a recria das fazendas leiteiras (as bezerras). “Tampouco tivemos resposta”, disseram os representantes das organizações.

O presidente da Associação Nacional de Produtores de Leite (ANPL), Rodolfo Braga, disse que, em novembro de 2015, se advertia sobre processos que estão ocorrendo hoje, “como a queda da captação pelas plantas e o maior envio de mais vacas a frigoríficos, porque o produtor de leite está endividado e tem que vender os animais para fazer caixa”.

Produto da crise econômica e de preços, o setor leiteiro uruguaio conta hoje com uma captação 15% inferior à do ano passado a essa altura do ano, porcentagem que representa 1 milhão de litros diários a menos que deixam de ser industrializados.

O setor leiteiro uruguaio ocupa apenas 5% da área nacional, agrupa 2.000 produtores e gera 20.000 postos de trabalho aos que se somam outras 100.000 pessoas envolvidas em serviços e fornecedores. Enquanto esperam um novo encontro com o ministro Aguerre, os produtores asseguram “não ter sinais claros do governo, enquanto o setor vai de mal a pior”.

Em maio, foram abatidas 10.563 vacas leiteiras, 20% a mais que em maio de 2015 (dados do Inale). No acumulado do ano (janeiro-maio), foram abatidas 46.037 cabeças. Porém, os abates aumentam mais se forem considerados os números dos últimos 12 meses (junho de 2015 a maio de 2016), que chega a 119.947 vacas leiteiras a menos. Nesse período, o aumento foi de 23% (22.294 mais vacas abatidas no período).

As associações querem sensibilizar a população e o governo sobre a crise que vive o setor, mas não gerar alarme. Por isso, o presidente da ANPL explicou que o país está longe de um desabastecimento de leite no mercado interno (porque hoje isso é o que mais valoriza o preço). Porém, o setor não se sustenta com o mercado interno somente – de cada 100 litros, 30 vão ao mercado interno e 70 às exportações.

http://www.milkpoint.com.br/cadeia-do-leite/giro-lacteo/uruguai-setor-leiteiro-segue-em-crise-e-n-de-vacas-abatidas-cresce-101031n.aspx

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Así lo expresó Domingo Possetto, secretario de la seccional Rafaela, quien además, afirmó que a los productores «habitualmente los ignoran los gobiernos». Además, reconoció la labor de los empresarios de las firmas locales y aseguró que están «esperanzados» con la negociación entre SanCor y Adecoagro.

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