O Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) e o Conselho Estadual do Leite (Conseleite) trabalham para unir e fortalecer a cadeia produtiva e cumprir as metas do Projeto para Consolidação do Setor Lácteo Gaúcho, que reúne empresas, produtores e governo.
De acordo com o presidente do Sindilat, Wilson Zanatta, o projeto é de médio e longo prazo e tem como objetivo obter uma bacia leiteira com sustentabilidade. O dirigente informa que são quatro grandes iniciativas.
A primeira é trazer um centro de pesquisa da Embrapa para região Sul, de clima temperado. «Atualmente existe apenas a Embrapa de clima tropical, em Minas Gerais. A criação deste centro ajudaria a equalizar o custo de produtos.»
Outra ideia é criar um centro de inteligíªncia, com o objetivo de fazer a apuração de dados estatísticos confiáveis, como o número de produtores, de vacas ordenhadas, de média de proteína e de células somáticas.
Zanatta também destaca que é necessário instalar escolas técnicas para formar mão de obra para fazendas e empresas de laticínios e implantar programas de fomento para que esse trabalho de pesquisa e inteligíªncia chegue ao agricultor. Esse projeto envolve os produtores, a Fetag, a Farsul e a Fecoagro.
Ele ressalta que o setor também está interagindo com o governo para fortalecer os elos da cadeia produtiva. Ele lembra que o Sindilat/RS está atento í s reivindicações do setor junto ao governo, como melhorar os incentivos fiscais e defender os pontos já conquistados. Reforça o aspecto referente í guerra fiscal no leite. «Ela é bastante acirrada entre os estados e uma das questões que devem ser analisadas é a incidíªncia de ICMS ao longo de toda cadeia do leite», diz.
O Sindilat/RS tem 43 anos de atuação e hoje reúne 31 associados, que representam 90% do leite produzido no Estado, conforme Zanatta. O setor leiteiro gaúcho já representa 3% do PIB do Rio Grande do Sul, o que, de acordo com ele, é significativo para a economia.
A produção leiteira de 2011/2012, apesar de ter sofrido os efeitos da seca, encontrou mecanismos para driblar a situação e ainda registrou crescimento de 15% no período.
Zanatta acredita que a produção anual do País, que hoje é de 32 bilhões de litros, poderia passar para 40 bilhões, através do estímulo ao consumo nos programas sociais do governo e na merenda escolar. Defende também uma política para redução das importações do produto. Durante a Expointer, o Sindilat/RS promoverá uma ação de marketing para estimular o consumo de leite e de produtos lácteos e mostrar seus benefícios para saúde. Em recente viagem í Nova Zelí¢ndia e Austrália, acompanhando comitiva do governo do Estado, ele verificou as ações adotadas naqueles países voltadas ao estímulo í produção leiteira e de carne bovina.
Fonte: Osni Machado / Jornal do Comércio